'Abracadabra' ganha novo filme, com piadas sobre sexo e assistentes virtuais

Por MARINA LOURENÇO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Se um virgem acender uma vela de chama negra sob a lua cheia de 31 de outubro ressuscitará Winnie, Sarah e Mary, três irmãs enforcadas na cidade americana de Salem, em 1663, acusadas de bruxaria. É o que diz a lenda da história de "Abracadabra", filme lançado há quase 30 anos que, agora, ganha sequência no Disney+.

Novamente estrelado por Bette Midler, Jessica Parker e Kathy Najimy, o longa recicla a fantasia da obra e transporta suas protagonistas para o mundo atual, fazendo elas se assustarem com aspectos como a típica voz feminina das assistentes virtuais -o que elas pensam ser, claro, coisa de bruxaria muito poderosa.

Desta vez, o trio ressurge determinado a fazer uma espécie de caça às bruxas às avessas, na qual elas tentam se vingar indiretamente do homem que as levou para forca no século 17, e vão atrás de quem carrega seu sobrenome.

Quem traz as bruxas de volta desta vez é Becca e Izzy -papeis de Whitney Peak e Belissa Escobedo-, duas adolescentes do ensino médio que evocam o ritual de forma acidental. Como as virgens não imaginavam que ficariam diante de bruxas sedentas pelos seus colágenos juvenis, se veem diante de uma emboscada que precisam reverter.

Referências ao primeiro filme surgem em peso na sequência, acariciando os fãs com um apelo nostálgico. Um dos personagens centrais do novo longa é Gilbert -papel de Sam Richardson-, um lojista de artefatos místicos, que conta ter visto as bruxas na noite de Halooween de 1993, data em que se passa a primeira história. O zumbi Billy Butcherson -Doug Jones- também reaparece.

A sequência de "Abracadabra" chega nesta sexta, 30, mas os rumores e expectativas sobre ela são antigos. Quinze anos atrás, Midler já havia demonstrado interesse em gravar uma continuação da comédia, que explodiu de sucesso nos anos de 1990, e desde então se especulava sobre a possibilidade de um novo filme.

Em coletiva de imprensa, a atriz endossou o teor feminista do filme, que menciona -ainda que de forma leve- parte dos horrores que incontáveis mulheres viveram durante as idades Média e Moderna, com fogueiras e forcas assassinando quem a Igreja Católica considerasse bruxa.

"De uma forma esquisita, essas três personagens são muito positivas para nós, mulheres", diz Midler. "Primeiro porque são muito divertidas, algo que não nos permitem ser. Depois, são muito leais umas às outras. Mesmo que tenham uma relação como uma montanha-russa de emoções, têm uma conexão forte. Elas sempre estão juntas. Os laços, amizade e irmandade são muito importantes."

Falas feministas também aparecem no novo filme, com as bruxas entoando discursos que parecem ter saído de 2022, embora elas sejam do século 17 -o que pode soar forçado. O longa também traz piadas sobre virgindade e início da vida sexual.

"Há muita coisa acontecendo neste mundo que nunca percebemos nos últimos 25, 30, talvez 50 anos", diz Midler, que ainda afirma que a proposta do novo "Abracadabra" é honrar o primeiro filme se adaptando às novas gerações.

ABRACADABRA 2

Quando A partir de 30 de setembro

Onde Disney+

Elenco Bette Midler, Sarah Jessica Parker e Kathy Najimy

Direção Anne Fletcher