Cinco livros para conhecer Annie Ernaux, vencedora do Nobel de Literatura
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Considerada um dos maiores nomes da literatura contemporânea, a vencedora do prêmio Nobel de Literatura deste ano, Annie Ernaux, é autora de livros como "O Lugar", "Os Anos", "O Acontecimento" e "A Vergonha".
A francesa é o principal destaque da próxima edição da Festa Literária Internacional de Paraty, que acontece em novembro, e é conhecida como pioneira no estilo da autoficção.
Os livros de Ernaux mesclam memórias da escritora com o contexto social em que foram escritos. Confira a seguir algumas de suas principais obras.
ARMÁRIOS VAZIOS
Publicado em 1974, "Les Armoires Vides" ?ou "Armários Vazios"?, foi o primeiro livro de Ernaux. A história gira em torno do período em que a autora era uma estudante de letras.
À espera de um aborto, a narradora fala de temas como infância, maternidade, classes sociais e relações familiares.
O LUGAR
Com uma escrita descritiva, Ernaux conta detalhes do luto que vivenciou com a morte de seu pai, um camponês que se tornou operário e, depois, proprietário de um bar e mercearia numa cidadezinha.
O livro, que no Brasil inaugurou o catálogo da editora Fósforo, traça ainda um quadro social da França. e menciona personagens famosos do país.
Em entrevista à Folha de S.Paulo no ano passado, a autora disse que "O Lugar" é a obra pelo qual o leitor deve começar a lê-la, já que, segundo ela, determina sua forma de escrita.
OS ANOS
Estreia de Ernaux nas prateleiras brasileiras, "Os Anos" repassa a história da França do pós-Guerra até o começo dos anos 2000 ao mesmo tempo que se constitui como uma espécie de autobiografia em terceira pessoa.
A VERGONHA
Publicado em 1997, "A Vergonha", transita entre o ensaio e uma espécie de catalogação de dados. A autora fala sobre regras e dinâmicas da escola religiosa particular em que estudou, bem como o ambiente doméstico que viveu com os pais, também marcado pelo catolicismo.
O ACONTECIMENTO
Com uma adaptação para as telonas, dirigida pela francesa Audrey Diwan e premiada com o Leão de Ouro no Festival de Veneza, o livro narra um aborto ilegal realizado pela escritora quando era uma jovem universitária. O acontecimento transita entre sentimentos de culpa e libertação.