Novo 'Homem-Formiga' quer emular 'Star Wars' com seres bizarros em dimensão vasta
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - É num vasto microuniverso cheio de criaturas bizarras que se passa a história de "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", filme que dá pontapé na fase cinco da Marvel e chega aos cinemas nesta quinta-feira (15).
Na trama, a filha do herói se mete com aparatos científicos e acaba transportando toda a sua família para o perigosíssimo Reino Quântico. O local inóspito é uma espécie de dimensão paralela microscópica onde vivem monstrengos, como um bicho-geleia que é fã de pessoas com buracos, seres humanoides e também o supervilão Kang, o Conquistador.
Interpretado por Jonathan Majors, o malfeitor já havia dado as caras no final da série "Loki", lançada em 2021. A Marvel parece querer vendê-lo agora como o grande antagonista do seu universo, como se fosse um novo Thanos, o alienígena roxo que dizimou metade dos seres vivos em "Vingadores: Guerra Infinita".
Paul Rudd e Evangeline Lilly, os atores que interpretam os protagonistas, vieram ao Brasil em dezembro para participar da CCXP, evento que reúne fãs de quadrinhos, cinema e séries em São Paulo. Para o ator, o novo vilão é mesmo um dos responsáveis por tornar este longa mais grandioso.
"Sempre senti que os filmes do Homem-Formiga tratam sobre as relações entre pais e filhos, e acho que isso ainda existe em 'Quantumania'. Mas não é só isso. O novo filme é muito maior que os primeiros, e parte dessa mudança se deve ao Kang. Os temas antigos ainda existem, mas agora há uma explosão com um senso de grandeza."
Kang é um tirano com sede de conquista. Depois de ficar preso naquele mundo por causa de um embate com Janet van Dyne, a mãe da Vespa, o personagem vai à caça do grupo vindo da Terra para conseguir o que precisa para escapar dali.
Criado em 1964, Kang é um dos vilões mais poderosos e implacáveis dos gibis de super-heróis. Nos cinemas, ele surge como uma das principais ameaças ao multiverso, tema explorado no último "Doutor Estranho" que deve conduzir a nova fase dos filmes da Marvel.
Evangeline Lilly, que vive a Vespa, diz que "Quantumania" se distancia dos outros longas protagonizados pelo Homem-Formiga porque apresenta um mundo gigantesco. O Reino Quântico, mencionado por ela, parece querer emular os planetas de "Star Wars" que são cheios de pedregulhos, montanhas, naves, soldados armados e todo o tipo de ser imaginável.
Para além disso, Lilly lembra que o filme quer falar também de família. É um tema caro ao Homem-Formiga, que sempre equilibrou a vida heroica com a de pai e namorado da Vespa.
"Scott Lang, o Homem-Formiga, é todo coração, enquanto Hope, a Vespa, é toda cabeça. Às vezes isso coloca ele ou ela em perigo. Mas quando estão juntos, os dois ajudam um ao outro com seus erros e fraquezas, o que faz a força de ambos brilhar", diz a atriz.
Cassie Lang, a filha de Scott, cresceu e agora é uma adolescente rebelde, que contraria as ordens do pai e quer virar uma heroína a qualquer custo. Vivida por Kathryn Newton, a personagem adiciona jovialidade à dinâmica do grupo, que tem ainda os veteranos Michelle Pfeiffer e Michael Douglas como pais da Vespa.
"[A adição da Cassie] foi tremendamente significativa porque estive reclamando por anos sobre como todas as mulheres do universo cinematográfico da Marvel são sérias. Faltavam heroínas arrogantes, rabugentas e brincalhonas", afirma Lilly.
A Marvel demorou mesmo para dar protagonismo às mulheres. Dos 31 filmes, apenas três são estrelados por personagens femininas.
"Acho que eles fizeram um trabalho incrível em 'WandaVision' pois mostraram uma mulher cheia de falhas. São essas as histórias que precisam ser contadas", diz ela, fazendo referência ao seriado que mergulha na mente de Wanda Maximoff, a Feiticeira Escarlate.
Agora que Cassie quer ser superpoderosa também, é provável que a garota se una, num filme futuro, a outros heróis jovens que vêm sendo escalados para engordar o panteão do estúdio. Para Rudd, que já pode ser considerado um dos Vingadores veteranos, os novatos são "incríveis e fazem um bom trabalho".
Lilly, porém, é mais cautelosa. "Acho que os novos heróis estão preenchendo um vazio. Será interessante observar o futuro para ver se eles serão capazes de carregar esse velho manto."