Baile do Copa tem poucas celebridades e uma intrigante rainha que ignora seus súditos
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Os bailes de carnaval do Copacabana Palace são mais ou menos como os shows de Roberto Carlos. Há anos eles seguem um cronograma à risca. E isso inclui shows na varanda, apresentação de bloco e escola de samba no Golden Room (depois ritmistas e passistas dão uma passadinha nos outros salões para posar ao lado de turistas extasiados). E o clímax: a chegada triunfal e a coroação da "rainha" do evento.
Ela costuma ser uma mulher linda, claro, com alguma ligação com o Carnaval ou que esteja em alta na mídia. Uma estrela de novela, por exemplo. Espera-se que interaja com os convidados, dê entrevistas, pose para fotos e, principalmente, curta a festa. Foi assim com Luiza Brunet, Deborah Secco, Sabrina Sato, Marina Ruy Barbosa, Camila Queiroz e Luana Piovani, só para citar algumas.
No ano de seu centenário, esta função coube à modelo Izabel Goulart, 38 -e ela quebrou a tradição de décadas. Top model da geração de Gisele Bündchen e Alessandra Ambrosio, a modelo paulista praticamente só se locomoveu pela parte interna do hotel, não deu bola para ninguém, não interagiu, nada.
Sempre circulando por áreas onde os convidados não tinham acesso, Izabel foi do quarto para a sala onde se arrumou (e posou para fotos, sem balbúrdia, que ela não gosta disso), e seguiu para o Golden Room. Lá, onde um lugar à mesa chega a custar R$ 5.000, recebeu a faixa das mãos de Sabrina Sato (rainha, e que rainha!, em 2017), fez um discurso protocolar ("Estou muito feliz, é uma honra, vamos nos divertir etc), sambou, sorriu e sumiu.
Casada com Kevin Trapp, goleiro reserva da seleção alemã, foi de uma frieza germânica ao não atravessar o salão para fazer uma social no camarote principal do hotel, um clássico no baile de gala do Copa. Voltando à comparação com Roberto Carlos, é como se ele não jogasse as rosas ao fim do show. Faz parte, sempre fez. Mas desta vez não. Ela desceu do palco e sumiu pela porta lateral.
Deixou ali no salão um grupo animado de foliões em smokings, vestidos longos e fantasias luxuosas, que dançava marchinhas ao som do Cordão da Bola Preta. Nos outros salões e na varanda, tudo continuava como antes: bufês com pratos sofisticados, bares espalhados por todos os cantos, e convidados, muitos deles turistas de pilequinho, posando para selfies e tentando sambar.
Celebridades e personalidades ligadas ao Carnaval rarearam este ano, e Luiza Brunet se encarregou de dar um certo peso à lista de convidados. Às vésperas de desfilar como uma das homenageadas da Portela, a ex-modelo falava aos jornalistas sobre a expectativa de ver sua filha Yasmin à frente da bateria da Grande Rio. Ela pede, por favor, que evitem comparações.
"Cada pessoa é única, entende? É a primeira vez que ela vai para a Avenida... Ela é tímida, reservada, então as pessoas precisam entender que a mãe é diferente dela." E prosseguiu: "Yasmin não se cobra tanto, mas ela tá fazendo direitinho. Tá fazendo aula de samba, estudando... Vai fazer bonito."
Não longe dali, Jade Picon, estrela da novela de Glória Perez, se envolvia em mais um embate com jornalistas, ao escalar um assessor para filtrar os assuntos que seriam abordados. "Vai perguntar o quê?", quis saber um de seus acompanhantes. Jade não disfarça que detesta o contato com a imprensa, e chega a revirar os olhos e bufar ao ser abordada, mesmo em lugares públicos como um baile de carnaval.
Jade é ex-participante do Big Brother Brasil, e havia pelo menos outros três deles na festa. Gabriel Fop, o rapaz que levou um pito ao vivo de Tadeu Schmidt por manter um relacionamento tóxico com Bruna Griphao era um deles. Ele respondeu a perguntas de praxe sobre o jogo, e quando estava só com amigos (e amigas) na varanda, articulava uma maneira de conseguir ter mais privacidade. "Sei que tem um lugar aqui que a gente pode ficar sozinho", dizia o parça de Gabriel, que assentia com a cabeça enquanto fumava um cigarro.
Também ex-BBB 23, a angolana Tina Calamba contava que está decidida a voltar à carreira de jornalista. Ela é formada em comunicação e já fez algumas reportagens para uma revista de moda em seu país. "Não vai ser pelo dinheiro. Sei que paga mal, fiquei apavorada quando me falaram o piso salarial de vocês. Eu estava na faculdade e nunca esqueci", disse ela à repórter.