Canisso, baixista dos Raimundos, morreu vítima de um infarto em sua casa
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O velório do baixista dos Raimundos, Canisso, que morreu na última segunda-feira (13), aconteceu na quarta-feira (15), aberto para o público em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Nesta quinta-feira (16), a causa da morte do músico foi revelada.
Segundo a produção dos Raimundos, Canisso teve um infarto, sofreu uma queda na cozinha de sua casa e foi levado ao hospital, onde morreu às 11h30. No ano passado, ele chegou a fazer algumas cirurgias, mas nenhuma relacionada ao coração.
José Henrique Campos Pereira, o Canisso, tinha 57 anos e tocava baixo nos Raimundos, uma das grandes bandas do rock brasileiro, desde o começo dos anos 1990. O grupo emplacou diversos sucessos, entre eles "Puteiro em João Pessoa (Roda Viva)", "Eu Quero Ver o Oco", "A Mais Pedida" e "Mulher de Fases" ?esta, com letra inspirada no relacionamento do baixista com sua mulher, Adriana Vilhena, mãe de seus quatro filhos.
Canisso participou de todos os álbuns do grupo, incluindo os mais conhecidos, "Lavô Tá Novo", de 1995, "Cesta Básica", de 1996, e o mais vendido de todos, "Só no Forevis", de 1999, além do autointitulado de 1994, "Lapadas do Povo", de 1997, e o "MTV Ao Vivo", de 2000.
Também tocou nos discos lançados após a saída do vocalista Rodolfo ?"Éramos 4", de 2001, com covers de Ramones, "Kavookavala", de 2002, e "Cantigas de Roda", de 2014, além do "Acústico", de 2017.
Os Raimundos ficaram conhecidos pela sonoridade roqueira pesada, de punk e hardcore, misturada com elementos da música brasileira, em especial o forró, e letras cheias de sacanagem e deboche. A banda foi uma das mais conhecidas e relevantes do rock brasileiro nos anos 1990.
Canisso chegou a sair dos Raimundos em 2002, mas depois retornou ao grupo em 2007. Entre 2002 e 2004, ele ainda tocou nos discos lançados pelo Rodox, banda formada por Rodolfo depois que ele deixou o quarteto com o qual ficou conhecido.
Rodolfo se pronunciou sobre a morte de Canisso nas redes sociais. "Tive em contato com esposa dele e só chorava com ela. Canisso ocupou um lugar muito importante na minha adolescência, foi como irmão mais velho. Por ser bem mais velho me deu atenção de amigo", postou.
Digão também falou sobre a morte. "A gente ria, brigava, zoava, ralava, perdia, vencia e sempre na luta. Milhões de histórias e piadas que ficarão sem o seu melhor contador. Está muito difícil escrever e descrever", publicou em postagem nas redes.