'Genérico', dizem órfãos do Blink-182 sobre Twenty One Pilots no Lollapalooza

Por LUCAS BRÊDA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Blink-182, que seria a atração principal deste sábado, 25, no Lollapalooza, cancelou sua apresentação e não veio ao Brasil. Fãs da banda que compraram ingresso apenas para este dia conseguiram o reembolso, mas quem pagou pelos três dias não teve a opção de desistir.

Várias pessoas foram ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, com a camiseta do Blink-182. Eles não gostaram da substituição do trio de pop punk pelo Twenty One Pilots e preferiam outros nomes com estilo mais parecido com o grupo escalado originalmente, como Green Day, Fall Out Boy, Sum 41 ou Paramore.

Eduardo Souza, empresário de 32 anos que mora em São Paulo, é fã de longa data e chegou a comprar passagem e ingresso para ver o Blink-182 na Argentina. "Foi uma bosta", ele diz. "Uma tristeza. Só daqui um ano agora."

A banda, que cancelou sua vinda porque o baterista Travis Barker sofreu uma lesão na mão, já está confirmada no Lollapalooza Brasil de 2024. Mas isso não é suficiente para os fãs, que aguardam um show do grupo desde os anos 1990, já que eles nunca tocaram na América Latina.

"A expectativa era muito grande. Estou num grupo de fãs e está todo mundo chorando junto", diz Souza, que não gosta de Twenty One Pilots. "Não faz meu estilo. Sou mais pop punk mesmo. O show deles é bom, mas acho que vou embora antes pra não pegar tumulto."

Breno Capitâneo, de 23 anos, diz que só comprou ingresso para o festival para ver o Blink-182. "A maioria do público do Blink é a galera do emocore, então se tivessem colocado outro nome desse estilo, a galera não ia ter miado tanto", ele diz, sugerindo o My Chemical Romance.

O casal de médicos Pedro Lopes, de 26 anos, e Catarina Sodré, 27, veio do Rio de Janeiro por causa do Blink. "Foi um problema de saúde do baterista, então faz parte", ele diz.

Lopes também criticou a escolha pelo Twenty One Pilots. "Não está no nível do Blink, achei decepcionante. Eles me lembram muito o Limp Bizkit, que tem uma coisa de jogar para todos os lados -têm um pouco do rock, um pouco de rap. Mas, para mim, não é o meu negócio. Não me cativa. Blink tem uma pegada específica, do pop punk dos anos 2000."

Sodré, que também gosta de Tame Impala, outra atração deste sábado no Lollapalooza, diz que não viria a São Paulo só para ver o Twenty One Pilots. "Acho genérico", ela afirma.