Eva Wilma viu versão inicial de 'As Aparecidas', seu último filme, uma semana antes de morrer, diz diretor
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O filme "As Aparecidas", último trabalho da atriz Eva Wilma, morta em 2021, deverá chegar aos cinemas no segundo semestre de 2023, quatro anos após começar a ser rodado. As gravações do longa foram finalizadas em março em Aparecida, no interior de São Paulo.
Segundo o diretor Ivan Feijó, todas as cenas de Eva foram feitas na primeira parte das filmagens, em setembro de 2019, e não houve necessidade de mudanças no roteiro. Uma versão inicial e ainda incompleta do longa chegou a ser mostrada para a atriz uma semana antes do seu falecimento, relata ele.
"Em 2021, nós estávamos montando uma versão mais fluida do filme com o objetivo de encontrar parceiros para finalizá-lo. No entanto, ainda faltavam gravações de offs (voz) de algumas atrizes, entre elas a Eva. Ela foi internada após pedirmos as passagens de voz e, mesmo estando no hospital, ela optou por concluir o trabalho. E foi brilhante", conta o diretor.
Este material foi incluído em uma nova edição da produção. "E enviamos para o filho dela, o Johnny (John Herbert Junior). Ele mostrou a produção para a Eva, em um domingo, no Dia das Mães, e ela faleceu uma semana depois", relata Feijó.
Segundo ele, ainda são avaliadas formas de homenagear Eva Wilma nos créditos do longa. "E o filme em si já é uma homenagem a Eva: ela é a protagonista absoluta da produção, dando vida a uma personagem com a qual sempre disse que se identificava", destaca ele.
Na história, a atriz é Otília, uma mulher de 80 anos que, após ficar viúva, decide fazer uma viagem para a cidade de Aparecida, conhecida por sediar o santuário em homenagem à santa padroeira do Brasil. A personagem é acompanhada pelas amigas de infância.
Participaram da última etapa de gravações, em março deste ano, as atrizes Neusa Borges, Gorete Milagres, Miriam Mehler, Norma Blum, Karin Rodrigues e Clarisse Abujamra.
As atrizes Neusa Borges, Gorete Milagres, Miriam Mehler, Norma Blum e Karin Rodrigues no último dia de filmagens do filme "As Aparecidas", na cidade de A conclusão de "As Aparecidas" enfrentou dificuldades por conta da pandemia e da falta de recursos destinados ao cinema durante o governo de Jair Bolsonaro, segundo afirma o produtor do longa Chico Costabile.
"Finalizar 'As Aparecidas' foi uma grande emoção. Em especial devido à perda da Eva -uma amiga, mulher e profissional maravilhosa-, que nos pegou de surpresa, e também pela pandemia", diz a atriz Clarisse Abujamra.