Miá Mello quer provar que é mais do que engraçada: 'Fazer humor não foi caso pensado'

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para Miá Mello, fazer rir é uma atividade dificílima. Mas fazer o quê se ela é genuinamente engraçada e já provou isso em entrevistas, onde é ela mesma, e também na ficção --no teatro, na TV, ou em filmes como "O Palestrante" e "Meu Passado me Condena", ambos com o amigo Fabio Porchat, só para citar alguns. É engraçada. Ponto.

Mas ela vem se esforçando para ultrapassar os limites do humor e mostrar que vai além, é pau para toda obra. Busca fugir da, perdão pelo clichê, "zona de conforto". "Meu grande objetivo como atriz é ousar, é fazer algo que ninguém espera e sair daquele lugar comum", diz Marília Penariol Melo, nascida há 42 anos, em São Paulo, como consta em sua certidão de nascimento.

Formada em artes cênicas pelo Teatro Escola Célia Helena, ela conta que enveredar pela arte de fazer os outros rirem não foi planejado. Simplesmente rolou e foi dando certo. "Quando você faz uma coisa bem-sucedida, começa a ser dragada por aquele redemoinho do sucesso. Quando me formei no teatro, aconteceu de eu ir para o humor, não foi pensado", explica, em entrevista o F5.

Miá comemora agora os projetos novos que vêm por aí, não totalmente dissociados do humor, mas com uma nova pegada, digamos assim. Nas telas, seu próximo trabalho será em "90 Dias Na Cama: Felizes Para Sempre?" (Discovery Home and Health).

Na atração, que tem previsão de estreia para o dia 25 de junho, ela e Maurício Meirelles comentam a rotina de casais que se conheceram pela internet e ficaram juntos após conviverem por três meses.

Um dos cônjuges é americano (o programa é rodado nos Estados Unidos) e o outro estrangeiro. A premissa do reality é acompanhar a rotina de amantes que nunca se viram pessoalmente, e que passam a conviver por 90 dias para saberem se querem continuar juntos. Ao fim da jornada, os dois decidem se vão se casar. Em caso positivo, aquele que vem de outro país obtêm o visto K-1, concedido ao par do nativo.

"Me achei muito jovem e descolada com esse trabalho e não me preocupei muito com os comentários que iriam fazer pois as pessoas estão se sujeitando àquela situação super expositiva. Não estou ali para fazer um julgamento, mas já tenho um filtro natural na minha vida. Eu posso até pensar, mas não falo", comenta.

No time dos que defendem que há, sim, limites no humor, Miá afirma que sempre soube até onde deveria ir, o que poderia ser dito em piadas e situações pretensamente engraçadas. "Não gosto de fazer comentários depreciativos, até em uma rodinha com amigas ou na minha casa. Meu lugar na comédia sempre foi de acordo com meus valores, até porque eu faço parte de uma minoria, eu sou mulher. Então temos que entender que tem coisas que não são mais engraçadas, é preciso repensar o humor".

Seu movimento de buscar trabalhos diferentes começa a dar resultado. Ela já gravou dois projetos, que ainda não estrearam, em que foge da personagem "engraçadona". Um deles, ainda sem data de estreia, é a série "O Som e a Sílaba", com Miguel Falabella. Ela define sua personagem como controladora, má, narcisista e egocêntrica.

"Quem faz humor consegue fazer drama, mas quem faz drama não consegue fazer humor. Por conta desse timing que a piada exige. Eu amo fazer rir, mas acho uma tarefa super difícil. No drama, com personagens mais intensos, você consegue dar esse mergulho", diz a atriz.

Miá também estuda roteiros e já se arrisca a escrever alguns. "São ferramentas diferentes que quero usar na minha profissão. [Essas possibilidades] São o maior luxo que existe, quando eu chegar lá, vou considerar que estou no caminho certo."