Morre Anamaria, musa da bossa nova e 'Mulher de Branco' de Ipanema

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Morreu na noite desta quinta feira (3) Anamaria Teixeira de Carvalho, a "Mulher de Branco" de Ipanema. Musa da bossa nova durante a juventude, esteve presente na cena musical dos anos 1970. A morte foi confirmada pela família.

Anamaria foi vocalista, participando de músicas com Marcos Valle, Sérgio Mendes e o pianista Walter Wanderley. A maior parte das gravações, entretanto, não foi lançada. Em 1974 publicou o seu único álbum Arembip Iº, sob o nome artístico OrianaMaria.

A canção "Os Grilos" de Marcos Valle era uma homenagem a ela, que foi casada com o compositor por 4 anos. Nesta sexta (4), Valle publicou no Instagram uma homenagem à antiga companheira. "Fomos felizes durante esse tempo, tanto no Brasil, quanto viajando pelo mundo. Ainda muito jovem, a vida a levou para outros caminhos", diz.

O apelido vem do período posterior. Com o fim da carreira artística, Anamaria passou a frequentar as ruas de Ipanema. Conversava com os demais pedestres, e empurrava seu carrinho de feira, sempre vestida de branco, com uma flor na cabeça. Quando questionada, relatava alguns motivos para a escolha da roupa.

Entrevistada pelo diretor Chico Canindé para o documentário "Anamaria - A Mulher de Branco de Ipanema" revela que a cor é apenas uma preferência pessoal. "Eu gosto do astral do branco. Eu acho que o branco tem um mistério", diz.

Em entrevista de 2013 para o portal g1, após mudar suas roupas para o azul, conta outro motivo. "Eu me vestia de branco porque minha avó tinha falecido, e o branco é o luto japonês. Embora eu não seja japonesa, eu não quis usar preto naquela época. A gente fica muito frustrado quando perde um parente que a gente gosta. Eu mudei do branco para o azul por causa de uma música [de Wilson Simonal] 'Vesti azul, minha sorte então mudou'. O azul é a cor da nobreza celestial".

Filha do radialista Luis de Carvalho, Anamaria afirmava ter três filhos biológicos e um adotivo.