Mix Brasil terá filmes de Corsini e Paul Preciado e vencedores de Berlim
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Principal festival destinado à cultura LGBTQIA+ do país, o Mix Brasil retorna neste ano para sua 31ª edição, entre os dias 9 e 19 de novembro, e novamente com vencedores do Teddy, troféu destinado a filmes queer do Festival de Berlim, debaixo do braço.
"Todas as Cores Entre o Preto e Branco", do nigeriano Babatunde Apalowo, e "Orlando, Minha Biografia Política", do escritor e agora diretor espanhol Paul Preciado, laureados com o troféu nas categorias de ficção e documentário, respectivamente, estão entre os destaques da programação internacional do evento.
No primeiro, dois rapazes vão entendendo o que sentem um pelo outro enquanto descobrem, também, a homofobia enraizada na sociedade nigeriana. Já o documentário, exibido no Festival do Rio, discute a transexualidade e o não-binarismo de personagens reais a partir do romance "Orlando", de Virginia Woolf.
Outro destaque da seleção é "De Volta à Córsega", da cineasta francesa Catherine Corsini, que já esteve presente no Mix Brasil com "A Fratura". No novo longa, exibido em Cannes, uma mulher acompanha os patrões em sua viagem de férias, e leva consigo as filhas, nascidas na ilha de Córsega. Lá, uma delas explora sua sexualidade, apesar de o tema não estar no seio da trama.
De Berlim vêm ainda "20.000 Espécies de Abelha", vencedor do Urso de Prata de atuação, para Sofía Otero; "Até o Cair da Noite", Urso de Prata de atuação coadjuvante, para Thea Ehre; "Kokomo City: A Noite Trans de Nova York", prêmio do público na mostra Panorama; "Mutt", menção especial na mostra Geração 14plus; "O Paraíso", um romance gay num reformatório; "Drifter", sobre a cena noturna da capital alemã, e "Sissi e Eu", com a atriz alemã do momento, Sandra Hüller.
Também estão no Mix Brasil o espanhol "A Amiga da Minha Amiga", o mexicano "A Marca dos Seus Lábios", o colombiano "Anhell69", o americano "Birder", o turco "Blue ID", o australiano "Em Outros Tempos", o macedônio "Housekeeping for Beginners", o argentino "León", o grego "Nosso Verão Daria Um Filme", o suíço "Rivière", o canadense "Summer Qamp", o indiano "Um Lugar Só Nosso" e o franco-americano "Queendom".
Os longas internacionais se juntam à seleção de nacionais já anunciada, encabeçada pelo filme de abertura, "Levante", de Lillah Halla, que recebeu o prêmio da crítica entre os títulos de seções paralelas do último Festival de Cannes, e a curtas brasileiros e estrangeiros.
Como todos os anos, a programação do Mix Brasil vai além da cinefilia com atividades das áreas de música, literatura, artes visuais, artes cênicas, games e oficinas, que tomam seis espaços culturais da cidade de São Paulo -Cinesesc, MIS, IMS, Museu da Língua Portuguesa, Teatro Sérgio Cardoso e CCSP. Há ainda o tradicional Show do Gongo, com Marisa Orth, e a entrega do prêmio Ícone Mix para a atriz, dramaturga e diretora Renata Carvalho.
"O Festival Mix Brasil tem um papel vital na promoção da diversidade e inclusão, não apenas por meio de sua seleção de filmes e performances, mas também pela busca ativa de uma sintonia constante da programação com novas tecnologias e discussões", diz André Fischer, diretor do evento.