Após denúncia no Fantástico, influenciadores procuram Blaze em massa para rescindir contrato

Por GABRIEL VAQUER

ARACAJU, SE (FOLHAPRESS) - Influenciadores que têm contratos ativos com a plataforma de jogos de azar Blaze, alvo de uma extensa reportagem no Fantástico (Globo) do último domingo (17), estão procurando a empresa para conversar sobre uma rescisão de contrato de publicidade para as redes sociais. Ao menos 12 nomes procuraram representantes da companhia para tentar não ter mais seus nomes ligados a ela, segundo apurou o site F5, da Folha de S.Paulo.

Um dos casos é o da atriz Mel Maia, que chegou a ser exposta pela emissora carioca onde já fez várias novelas como uma das influenciadoras que promoveram os jogos de apostas. Em nota divulgada, Mel alega que não sabia da investigação e das supostas atitudes ilícitas da empresa, e que já tomou as medidas cabíveis para proteger o seu nome.

"Melissa Maia de Sousa, por seus advogados, vem informar que não possui conhecimento acerca de qualquer investigação envolvendo o site blaze.com, tendo sido contratada apenas para realizar ações de publicidade, bem como que aguardará o desfecho do procedimento investigativo a fim de tomar as medidas cabíveis", diz a nota assinada por quatro advogados da atriz de 19 anos.

Quem também tem tentado se livrar do acordo é a ex-BBB Larissa Santos, que tem a Blaze como uma de suas patrocinadoras. Larissa fechou os comentários de fotos em que aparece fazendo propaganda do jogo, e editou seu perfil para não ser mais vista como embaixadora da plataforma. O F5 procurou a assessoria de Larissa Santos, mas não obteve resposta.

Investindo no Brasil desde 2020, a Blaze chega a oferecer cerca de R$ 100 mil por mês para influenciadores no Instagram divulgarem a marca. Com o dinheiro fácil, muitos deles toparam.

Desde setembro, a Justiça de São Paulo bloqueou R$ 101 milhões da Blaze. As investigações começaram após apostadores denunciarem que valores altos não eram pagos pela plataforma, o que configura estelionato.

A Justiça também determinou que o site da Blaze fosse retirado do ar, mas a ordem judicial não foi cumprida. A empresa não tem sede nem representantes legais no Brasil, o que impede o cumprimento.

Em nota, a Blaze afirma que a empresa tem sede em Curaçao e que, então, a atividade dela não configura infração penal mesmo que os apostadores sejam brasileiros. A empresa também afirma que, em outro caso semelhante, o Ministério Público de São Paulo pediu o arquivamento do inquérito e um juiz revogou a decisão de bloqueio do site.