Não sabendo que era impossável, foi l? e.... soube
Não sabendo que era impossível, foi lá e.... soube
Bom, particularmente eu estou adorando poder escrever sobre esse tema. Vamos lá... Esses dias de quarentena tem me feito chegar a algumas conclusões bem interessantes. A frase original do título dessa crônica é frequentemente utilizada por coach’s motivacionais, o que por si só, já é motivo de zuação. A famosa piada pronta. Do mesmo nível de “levanta a cabeça princesa, se não a coroa cai”, eternizada como meme nacional por uma ex-BBB.
Como disse no início, nessa quarentena eu ando refletindo sobre a vida. O isolamento social, sem alguma ideia brilhante para experimentar em casa, pode ser um tempo muito chato. Ando percebendo isso.
E, numa dessa de “fazer o meu ócio valer a pena”, eu arrisquei fazer algumas coisas atípicas. Minha namorada é metida a ser blogueirinha, e por isso, gosta de gravar vídeos para o Instagram. Para ajudá-la, resolvi fazer uma soft box (uma soft box, nada mais é que uma caixa de iluminação). Entrei no YouTube e vi que era, APARENTEMENTE, super fácil de fazer, bem caseira, apenas cortando papelão e colando papel alumínio.
Arregacei as mangas e comecei, todo empolgado, me sentindo o fazedor de coisas legais.
Eu não consegui cortar o papelão.
Eu não sei cortar papelão.
E não era nenhum origami sinistro de fazer não.
Era um corte reto. Só cortar e colar.
E eu não consegui.
Falhei miseravelmente.
Ok, vida que segue.
“Eu não devo estar num bom dia”, pensei. Tentando me consolar pelo desastre recente.
Passado isso, meu pai pediu que eu acertasse o pezinho de seu cabelo. Reparem: se trata de um homem de pouquíssima telha central, e algum pequeno cabelo nas laterais da cabeça. E foi aí, que tive a brilhante oportunidade de pensar: “o que pode dar errado, não é mesmo? ”.
Pois bem, deu.
Criei não só os caminhos de rato em sua cabeça, mas os atalhos também. Rotatórias e vagas para roedores idosos.
Um completo desastre. Ele está com um leve ranço de mim, mas vai passar.
Já meio desacreditado de qualquer habilidade que não seja escrever (muito mal) e lecionar (meu diploma me garante... ou pelo menos deveria), minha namorada me aparece com um erro de atualização no celular dela. Pensei: “uma chance de mandar bemzão”.
Precisei baixar o programa no computador.
O programa que precisava eu não consegui.
Eu baixei foi vírus (pelo menos não foi o Coronga).
Conclusão: agora a tecla SHIFT do meu teclado não funciona; o teclado numérico não funciona; as páginas da web abrem sozinhas; eu clico no meio da frase e vai automaticamente para o início da mesma, me fazendo ter continuadamente a vontade de isolar meu computador do trigésimo quinto andar de algum edifício.
No mais, é isso. Um desabafo.
Eu aprendi a lição.
--
Claro que essa crônica é uma brincadeira bem-humorada sobre os acontecimentos do dia a dia, mas aproveito a oportunidade para dizer: essa quarentena não é uma competição por objetividade, ou produtividade.
Está tudo bem em não conseguir fazer tudo o que se propõe. A vida é assim, tá?
Um viva a nossa vida e ao que conseguimos, sem nos machucar e respeitando nosso tempo.
Beijos e se cuidem!