Quando a m?dia também sente os efeitos da crise
Quando a mídia também sente os efeitos da crise
Este movimento ascendente do setor, no entanto, pode estar ameaçado pelas crises política e econômica da atualidade. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, em abril deste ano foi registrada uma queda de 6,8% dos serviços no setor audiovisual, em comparação com o mesmo período do ano passado. Tal retração deve-se, principalmente, aos cortes em publicidade pelas empresas privadas e, principalmente, pelo governo. Para piorar o cenário, especula-se bastante sobre as quedas dos investimentos da Petrobrás em projetos culturais e no cinema. Historicamente, a estatal é uma das maiores incentivadoras do cinema nacional.
E os efeitos da crise podem ser sentidos não só através dos cortes em propagandas ou nos incentivos culturais. Cancelar a assinatura ou reduzir as despesas com a TV paga, a telefonia móvel e a internet são comportamentos esperados por parte do consumidor, que sente os efeitos da crise econômica diretamente no bolso. Diminuindo o número de assinantes, cai não apenas a demanda por produções, mas também a receita das empresas que transmitem os conteúdos audiovisuais.
Dentro deste cenário pouco animador, um fôlego ainda se faz sentir graças ao Fundo Setorial do Audiovisual, recurso financeiro gerido pela Ancine e destinado à produção e distribuição de produções televisivas ou cinematográficas. Apesar do corte de orçamento sofrido por essa agência, na última semana foram divulgados os nomes das 29 empresas contempladas. Cerca de 70 milhões de reais serão investidos na produção, distribuição e exibição cinematográfica e televisiva; um fomento bastante alentador em tempos de cortes de verbas.
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Ana Paula Ladeira é Jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora e Doutora em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense. Pesquisa assuntos relacionados especialmente à TV.