A Morte Te D? Parab?ns
A Morte Te Dá Parabéns
Eu não vou resistir a fazer dois elogios aqui. Ao filme e a mim.
Não adianta. Se tem um talento, que eu tenho, é com relação a perceber talentos. Eu me lembro. Foi quando assisti “La La Land” (que é somente inacreditavelmente maravilhoso!). Numa determinada cena, a personagem de Emma Stone chega em casa cansada, e suas amigas querem que ela vá a uma festa. Naquele momento, um rosto me chamou a atenção. Havia três amigas dela em casa. As três bonitas. Mas uma, especificamente, me chamou a atenção. Uma moça loira, disposta, com energia e charme muito vibrantes, e, ao mesmo tempo, com uma doçura interessantíssima. Na mesma hora eu pensei: essa menina não vai demorar para estar em outro filme de grande porte. Seu nome? Jessica Rothe, protagonista de “A Morte Te Dá Parabéns”.
Aí, eventualmente, pode haver aquele que dirá que protagonizar um filme de terror teen não diz nada sobre uma atriz. Bom. Digam isso para Naomi Watts então, que vive sentada nas cadeiras das indicadas ao Oscar (ela protagonizou “O Chamado”), ou Reese Witherspoon, vencedora do Oscar em 2006 por “Johnny e June” (que protagonizou “Medo”).
Eu acertei. Ela está muito bem no filme atualmente em cartaz. Aliás, o filme também é ótimo!
Eu faço muita questão de repetir sempre. Obras cinematográficas podem ser boas de várias formas. Podem ser, por exemplo, filmes do Michael Haneke, que, na minha opinião, são sempre perfeitos, e com muita qualidade cinematográfica, com aspectos de roteiro profundos, intensos, filosóficos, e também com direção muito bem elaborada. Eu sou apaixonado pelos filmes dele. Mas pode ser também aquele filme “de boa”. O que você vai porque curte, sem a preocupação de “entender” algo, porque simplesmente haverá ali uma sequência de cenas, cuja qualidade se dará não por questões que se pode apontar, a grosso modo, sérias, mas por questões simplórias, como cenas de uma comédia que não sejam arrastadas, sem graça (literalmente), ou até mesmo ou terror que não assuste.
“A Morte Te Dá Parabéns” conta a história de uma estudante universitária do tipo “patricinha” esnobe que, após acordar no dormitório de um estudante “pobre”, sem entender o que aconteceu, vive seu dia normalmente, até que à noite é atacada por um assassino mascarado e, quando finalmente é morta, acorda na mesma situação, no quarto do estudante. Ela começa, aos poucos, a reparar que as coisas estão se repetindo. Todos os dias acorda logo após ser assassinada, e vive um terror de tentar entender o que está acontecendo e fazer a situação parar de acontecer.
O filme me lembrou dos meus tempos de adolescente, lá nos anos 90, quando assistia “Pânico” e “Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado”. E aí eles tinham sequências, a gente se reunia com turmas para assistir. Filmes de terror são uma tradição muito forte no cinema americano. São muito bem feitos lá, e, por que não dizer? Muito divertidos!. Durante muito tempo eu tinha medo, hoje vejo quase como algo engraçado. Claro que alguns não têm como serem vistos assim, como, por exemplo, os que remetem à situações espirituais reais, vividas no passado, nas quais houve muito sofrimento por parte das famílias envolvidas. Mas aí nem consigo classificar como terror. Considero mais como um drama e, se usam como terror, aí penso que é de muito mau gosto.
Se você não se importar em levar uns sustos, vale a pena. É um filme muito legal, com uma história muito coerente, e um final ótimo. Assistam!