1? Mostra de Cinema Di Carlo: Produtor reúne sete curtas que tratam de assuntos diversos na sua primeira mostra individual

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1? Mostra de Cinema Di Carlo Produtor re?ne sete curtas que tratam de assuntos diversos na sua primeira mostra individual

Fernanda Leonel
Rep?rter
01/06/2006
Sete curtas, sete hist?rias, praticamente sete meses na elabora??o do projeto que deu origem ? 1? Mostra de Cinema Di Carlo Ara?jo. N?meros que se encontram e que passam a apresentar seus desbobramentos, em Juiz de Fora, para exibi??o* dos curtas produzidos pelo cinegrafista que deu nome ? mostra.

Di Carlo Ara?jo (foto), respons?vel e produtor da exibi??o de curtas, j? tem uma hist?ria cultural relacionada a telinhas e telonas. Como ele mesmo define, a sua rela??o com o cinema existe desde quando ele nasceu, j? que seu contato com o pai fot?grafo fez com que ele aprendesse a gostar da arte. "A partir da fotografia eu desenvolvi a paix?o pela publicidade e pelo cinema, que possuem fotogramas em v?rios est?gios", diz.

O dom?nio dos fotogramas rendeu, e ainda foi incorporado a outros tipos de arte. Di Carlo ? ator profissional, produtor cultural, produtor e diretor de teatro, TV e Cinema. Como publicit?rio, atua como videomaker: elabora, produz e dirige filmes publicit?rios.

A mostra ? o desdobramento de um pouco de cada trabalho desse. Somadas, todas essas atividades deram "cacife" para que o produtor ousasse em narrativas e formas de linguagem. O trabalho como publicit?rio tamb?m gerou conseq??ncias: "O cinema est? muito pr?ximo da publicidade", declara.

Di Carlo prefere n?o ser chamado de cineasta, pelo menos por enquanto, como ele mesmo brinca. Segundo suas pr?prias defini?es, os termos experimentador, animador cultural ou mesmo, artista multim?dia caem melhor as fun?es que ele ainda desenvolve.


Mas uma coisa o produtor gosta de ressaltar. Ele prefere ser chamado de experimentador, fazendo sempre refer?ncia ? liberdade e ? ousadia de linguagens que ele se prop?e a utilizar. A palavra experimenta??o n?o diz respeito ? seriedade com que ele encara seu trabalho. "As produ?es est?o de alt?ssimo n?vel, ? preciso destacar para n?o confundir".

Os sete curtas apresentados na mostra s?o o resultado do trabalho realizado por Di Carlo entre os anos de 2004 e 2006, sendo que a maioria deles foi realizada no ano de 2005. Todos feitos em Juiz de Fora, cidade que o paraense radicado em Minas escolheu para viver.

Os curtas contam hist?rias diversas e tratam de assuntos muito variados. Mas apesar de o produtor afirmar que "todo cineasta quer comunicar alguma coisa por tr?s do que apresenta ao seu p?blico", Di Carlo afirma que n?o h? motivos fortes para a escolha de cada tema. "S?o coisas que eu gostaria de analisar, refletir, criticar. H? um pouco de cada coisa na escolha". Alguns dos trabalhos foram realizados como tarefa para o curso de cinema que o publicit?rio est? concluindo.

O produtor da mostra tem participa??o direta em todas as fases de conclus?o dos curtas. Di Carlo dirigiu, produziu, filmou e editou todos os trabalhos e tamb?m atuou em tr?s deles.

"As possibilidades que os novos formatos d?o s?o incr?veis", afirmou justificando que alguns curtas foram produzidos somente por ele e um de seus parceiros, Alexandre Duarte.

Discutindo formatos, o diretor conta que utilizou diversos deles na montagem de sua mostra - HDTV, digital, pel?cula e fotografia digital. Falando sobre prefer?ncias, o Di Carlo afirma que h? espa?o para todas em seus trabalhos, mas que ele prev? que o cinema tradicional, em pel?cula, deve acabar. "Esse movimento ainda deve demorar uns 20 anos, mas o cinema se torna, perto dos outros formatos, uma arte muito cara".

Para esse ano, o produtor est? com tr?s projetos j? encaminhados. Um "m?dia", que vai falar sobre a Mostra de Cinema de Tiradentes, e dois novos curtas, um deles, dentro da perspectiva de "?poca". No quesito longa metragem, os planos s?o muitos, mas s? devem entrar na sua agenda de 2007 ou 2008.

Sinopse dos curtas
Os Lados da dor (4,75 min.), com roteiro de Fabr?cio Bittar e dire??o e atua??o de Di Carlo Ara?jo e Fabr?cio, traz o drama de um suicida que antes de cometer o seu intento resolve se confessar com um padre estrangeiro.


No curta Solid?o (5 min.), o diretor enfoca a Solid?o da era Hi-tech, com o advento da internet. Como acontece esse fen?meno da era atual, o choque do mundo real com o mundo virtual. O roteiro, a fotografia e a dire??o s?o de Di Carlo. No elenco: Fabiana Carvalho e Roger Chim?.


No document?rio 60 and 70 - anos incr?veis, Di Carlo resume em 10 minutos o cinema nestas d?cadas. Sob a luz da contra-cultura americana, at? onde a Nouvelle Vague francesa e o Neo-Realismo italiano influenciaram o cinema novo no Brasil e no mundo? Roteiro, narra??o, produ??o e dire??o de Di Carlo Ara?jo.


No Curta Torpor (6 minutos - P/B), rodado em 2004, Di Carlo e Paulo Monttero repensam o preconceito contra as minorias, atrav?s da tram?ia de um padre picareta. ? um filme forte, inteligente. A dire??o, produ??o e roteiro s?o de Paulo Monttero e a co-dire??o de Di Carlo Ara?jo.


No curta Fidelidade Extra-Conjugal (11 minutos), Di Carlo trata das rela?es conjugais e seus poss?veis desencontros. Um casal, um baile ? fantasia, tudo poderia dar certo, se n?o fosse uma estranha coincid?ncia. Um exemplo de quando o tiro sai pela culatra. Roteiro, produ??o e dire??o de Di Carlo Ara?jo.


Em Carnaval, Festa da Carne, da fantasia e do som, (1,30 min.) Di Carlo mostra o carnaval pelo vi?s do som, desde os gritos mais tribais at? o mais alto poder da sensualidade. O enfoque, apesar da imagem marcante ? o do som no ambiente do carnaval.


No Curta O Ladr?o de Santinha (5 minutos - P/B), o enfoque ? a loucura e a fome de um homem que ao roubar a galinha dos ovos de ouro de um galinheiro, busca seu pr?prio cativeiro. A narrativa ? n?o-linear. O Roteiro ? de Alexandre Duarte. A Dire??o ? de Alexandre Duarte e Di Carlo Ara?jo.

* A exibi??o dos curtas acontece na quinta-feira, dia 01 de junho,
no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), ?s 20h30