Feira de artesanato do São Mateus comemora dez anos

Feira de artesanato comemora dez anos Com 40 barracas e 36 associados, a Associa??o de Artes?os do S?o Mateus tem vendido seus produtos para o exterior

A feira de artesanatos do bairro S?o Mateus completou, no ?ltimo dia 1? de maio, dez anos de exist?ncia. No in?cio eram sete barracas e dez artes?os. Hoje, os 36 artes?os associados ocupam 40 barracas na pracinha do bairro, onde ficam todo s?bado, de 8h ?s 14h.

No ano anterior ao surgimento da feira, os artes?os formaram a Associa??o de Artes?os do S?o Mateus (AASM), com o objetivo de organizar o trabalho em um grupo. Quando ela foi criada, eles trabalharam para colocar a feira em pr?tica, pois era necess?rio uma autoriza??o da Prefeitura.

Com a feira, as vendas come?aram a aumentar, mas ainda existiam dificuldades, pois as pessoas n?o aceitavam a mercadoria, como diz a associada mais antiga, Maria Aparecida Louren?o, mais conhecida como Cida. "At? hoje, h? preconceito com o tipo de trabalho que realizamos. Tem gente que passa perto e nem olha, mas depois liga pedindo para que a gente leve o produto at? a casa delas".

O presidente da AASM, Francisco Vieira, define a persist?ncia como caracter?stica principal dos artes?os associados. "A renda n?o ? extraordin?ria, mas continuamos fazendo e insistindo". Uma prova ? a hist?ria de Cida. Quando come?ou a expor os produtos na feira, ficou seis meses sem vender nada e n?o desistiu.

"Mas tamb?m, minhas coisas eram muito feias. Foi bom para eu ir aprendendo e aprimorando", conta. Atualmente, os fantoches e chaveiros de bonecos que Cida faz s?o os produtos mais vendidos pela Associa??o.

Al?m da feira, a associa??o tem mais dois pontos de venda para seus produtos. Na loja, que funciona de segunda ? sexta de 9h ?s 18h, a m?dia de vendas por semana ? de R$ 300. J? pela internet, a associa??o atende a clientes da Inglaterra, Peru, Espanha, Alemanha, Portugual e Espanha, os dois ?ltimos atrav?s de conv?nios com sites de artesanato destes pa?ses.

No Brasil, a regi?o que mais faz pedidos ? a sul. "Eles compram mesmo, de tudo um pouco, e n?o reclamam de pagar o correio", diz a artes? Ros?ngela Oliveira Guilheme. Em um ano e meio, o site tem cerca de 145 mil acessos, n?mero considerado bom por ela.

Produtos e mais produtos

Esculturas de fibra de bananeira, bijuterias, roupas de tric?, bolsas de croch?, caixas pintadas e coladas com os mais diversos materiais, biscoitos artesanais e chocolates. Estes s?o alguns dos produtos fabricados pelos artes?os. Tudo ? transformado em produtos ?teis: garrafas pet, pe?as de computador, CDs, materiais quebrados, linhas, fitas, tintas...

Os materiais usados para produzir as pe?as s?o doados e, alguns, comprados para dar o acabamento. "Assim, conseguimos atingir o objetivo principal da associa??o: fazer o reaproveitamento, a reciclagem", comenta Francisco.

Para os artes?os, a diferen?a entre o produto artesanal e os industrializados est? no prazer em produzir. "Colocamos um pouco da gente em tudo o que fazemos. Fabricar as pe?as influi at? no estado de esp?rito", diz M?rcia Morales Vieira. A artes? Ivany Silva diz que o melhor ? produzir pe?as diferentes. "A pessoa que compra est? levando um produto personalizado, feito com carinho".

Apesar de produzirem para vender, elas confessam que, ?s vezes, d?i um pouco quando v?em que um produto est? saindo. "Tento olhar pelo lado bom. ? legal ver que quem comprou saiu daqui satisfeito", conta a artes? Ivany.

"Vendemos para quem d? valor ao nosso trabalho e incentiva a produ??o. S?o pessoas que deixam de ir ?s lojas para vir ? feira e saem com um presente exclusivo", completa M?rcia. Cida confessa que se apega ?s pe?as. "Hoje mesmo, estava colocando pre?o nos chaveiros e dei um beijo neles. Os bonecos ficaram t?o lindos", conta.

Francisco ressalta que o ponto alto da associa??o ? o recebimento de encomendas. As pessoas procuram a cor que combina com os detalhes da casa. "Como somos n?s mesmos que produzimos, ? poss?vel atender ? demanda e fazer do jeito que os clientes querem", diz. "Eu fico acordada a madrugada toda, mas fa?o o poss?vel para atender o que foi pedido", completa Cida.