As dificuldades de implementação da Funalfa
As dificuldades de implementa??o da Funalfa
Para Ismair Zaghetto instaurar uma Funda??o Cultural
foi uma tarefa muito espinhosa
*Colabora??o
03/12/2008
Primeiro superintendente da Funda??o Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), o jornalista e professor, Ismair Zaghetto (foto ao lado) comandou a Funda??o conta que o in?cio da institui??o n?o foi nada f?cil. Sendo uma iniciativa pioneira no pa?s, n?o havia modelos a serem seguidos.
"Tivemos que inventar esse modelo que hoje ? seguido por cerca de mil munic?pios.
O mais pr?ximo que t?nhamos do que ? a a Funalfa hoje era uma funda??o cultural no Paran?, mas assim mesmo, era uma funda??o estadual. N?o havia um munic?pio que fizesse trabalho semelhante"
, recorda.
Uma vez aprovado o projeto que transformava a Secretaria de Cultura em uma Funda??o, Zaghetto e sua equipe encararam um s?rio desafio: era preciso criar a parte administrativa e, ao mesmo tempo, atender aos anseios dos aspectos de produ??o cultural, ou seja, tornar a institui??o vis?vel.
A tarefa foi ?rdua, mas cumprida com sucesso. Aos poucos, a Funalfa foi se adequando aos novos tempos e criando projetos espec?ficos para a ?rea da cultura. Entre eles, Zaghetto destaca a transforma??o da F?brica Bernardo Mascarenhas em um espa?o de cultura.
"A comunidade cultural estava muito sensibilizada para a quest?o e foi criado um conselho de produ?es culturais de diversas ?reas na Mascarenhas. T?nhamos fot?grafos, pintores, escritores...Uma s?rie de mecanismos el?sticos foram criados para viabilizar os projetos"
, diz. A id?ia era quebrar a concep??o de que a manifesta??o cultural ? uma coisa de elite.
Para isso, livros foram editados, Cd's foram gravados, gincanas de pintura foram organizadas. "Come?amos a resgatar a hist?ria de Juiz de Fora atrav?s de alguns aspectos como m?sica, literatura, pintura e demos apoio a quem produzia cultura. Quando a produ??o floresceu, as pessoas se encontraram, se identificaram"
, orgulha-se.
O mais dif?cil nesse processo foi, segundo Zaghetto, fazer as pessoas entenderem como gerir o processo de cultura dentro de uma Funda??o. "A Funda??o tem mais autonomia e mais mobilidade do que uma Secretaria, tem mais liberdade para buscar parceiros, por exemplo"
, explica.
A Lei Murilo Mendes
Para o jornalista, a Lei Murilo Mendes de Incentivo ? Cultura ? o projeto mais relevante da exist?ncia da Funalfa. "Ela ? uma alforria, principalmente por seu car?ter democr?tico, que permite que qualquer pessoa seja contemplada. o que determina seu apoio ou n?o ? o talento do artista"
, comenta.
"? medida em que voc? mostra para as pessoas que ? poss?vel, sua produ??o se identifica mais com a cidade."
Quanto ao descr?dito que a cultura local tem junto aos seus conterr?neos, Zaghetto acredita que "essa mentalidade ? fruto de uma ?ndole de n?o acreditar no poder p?blico. Mas a cr?tica faz parte da vida da gente e ? ben?fica, pode acreditar."
Otimista, Zaghetto acredita que h? como mudar esse panorama local se m?dia, artistas e produtores culturais se unirem em prol da causa. "Esse processo ? muito din?mico, tem como mudar, se todos quiserem"
, declara.
Com duas passagens pela Funalfa, Zaghetto se orgulha do progresso de sua "filha". "A Funalfa cumpriu fielmente o que se imaginou para ela 30 anos atr?s. Havia necessidade de se criar mecanismos de produ??o cultural e isso foi feito"
A Funalfa, segundo Ismair Zaghetto (1978 ? 1982 / 1989 ? 1990)
"A Funalfa representou a reden??o do processo de produ??o cultural na cidade. Isso
por uma raz?o muito simples: substituiu a antiga Secretaria de Cultura, que ? muito engessada e subordinada ao caixa geral da Prefeitura.
Cultura ? algo muito imediato, precisa de mobilidade e a Funalfa veio dar essa elasticidade, essa liberdade e essa identidade entre o poder p?blico e o artista. "
*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social na UFJF