Funalfa lança programação especial para resgatar memória de João Carrião no cinquentenário da morte do cineasta

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Quarta-feira, 24 de junho de 2009, atualizada às 18h11

Funalfa lança programação especial para resgatar memória de João Carriço no cinquentenário da morte do cineasta

Guilherme Arêas
Repórter

Para relembrar o cinquentenário da morte do cineasta e documentarista João Carriço, a Funalfa preparou uma série de eventos para resgatar parte da obra do juizforano. O projeto "Revivendo Carriço" será desenvolvido entre os meses de julho e novembro e contempla cinco projetos básicos.

No primeiro, a "Mostra Revivendo Carriço", entre os dias 6 e 10 de julho, serão exibidos quatro cinejornais dos 236 produzidos pelo cineasta. As transmissões ocorrem às 19h, no Anfiteatro João Carriço, e precedem a apresentação de vídeos contemporâneos de diversos diretores locais.

A partir do dia 10 de julho o projeto entra em sua segunda fase, a "Sessão Revivendo João Carriço". Até o dia 30 de julho, serão exibidos cinejornais da Carriço Film em dois cinemas da cidade, o Duocine Santa Cruz e o Espaço Alameda. Os vídeos serão apresentados antes da dos filmes comerciais. "A parceria com os cinemas é um ato de coragem. A exibição dos cinejornais antes dos filmes não vai agradar a 100% das pessoas, mas é importante para manter a memória do cineasta", explicou o superintendente da Funalfa, Toninho Dutra (vídeo).

O concurso literário e de artes plásticas "Assim era Carriço" e o concurso de vídeo "Revivendo Carriço" garantem o tom competitivo de resgate, proposto pelo projeto. No primeiro, alunos das redes municipal, estadual e particular de Juiz de Fora poderão concorrer com uma redação ou artes plásticas que lembrem as obras de Carriço. Para garantir o embasamento dos estudantes, cada escola receberá filmes, cinejornais e livros com a história do cineasta.

No concurso de vídeos, a proposta é que as filmagens registrem o cotidiano da cidade, mantendo a estética utilizada por João Carriço em seus cinejornais. Os três primeiros colocados nesta competição serão premiados com R$ 1.500, R$ 1.000 e R$ 800, respectivamente.

O resgate da memória do cineasta juizforano contará ainda com uma exposição fotográfica retrospectiva com fotos do acervo da Carriço Film, além de banner sobre a vida e trajetória de Carriço e exibição de cinejornais. As fotografias ficam em exposição entre os dias 3 e 24 de agosto, no Espaço Arlindo Daibert do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM).

Quem foi João Carriço?

João Gonçalves Carriço (27/07/1886 – 20/06/1959) foi um dos pioneiros do cinema em Minas Gerais e no Brasil. Produziu cinejornais e documentários durante as décadas de 1930 a 1950, de significativo valor histórico local e nacional e que foram distribuídos em todo o país. As reportagens cobriam a vida social e política de Juiz de Fora. Acontecimentos importantes no Rio de Janeiro, em Petrópolis, Belo Horizonte e outras cidades, até no Mato Grosso, também foram registrados por Carriço. De Vargas a Juscelino, ambos temas de cinejornais, o acervo da Carriço Film tem valor histórico por preservar a memória juizforana e nacional.

As filmagens não se restringiam a comícios e acontecimentos políticos. Carriço registrava todas as manifestações populares: festas do Dia do Trabalho, carnaval, procissões, partidas de futebol, corridas de automóvel, obras públicas, a assinatura da primeira lei de proteção ao cinema brasileiro, inauguração de cinemas, atividades do Aeroclube de Juiz de Fora, congressos proletários, a experiência pioneira de televisão em Juiz de Fora, em 1948, e até a Marinha do Brasil em tempo de guerra.

*Fonte: assessoria da Funalfa

Os textos são revisados por Madalena Fernandes