Funalfa lança programação especial para resgatar memória de João Carrião no cinquentenário da morte do cineasta
Funalfa lança programação especial para resgatar memória de João Carriço no cinquentenário da morte do cineasta
Repórter
Para relembrar o cinquentenário da morte do cineasta e documentarista João Carriço, a Funalfa preparou uma série de eventos para resgatar parte da obra do juizforano. O projeto "Revivendo Carriço" será desenvolvido entre os meses de julho e novembro e contempla cinco projetos básicos.
No primeiro, a "Mostra Revivendo Carriço", entre os dias 6 e 10 de julho, serão exibidos quatro cinejornais dos 236 produzidos pelo cineasta. As transmissões ocorrem às 19h, no Anfiteatro João Carriço, e precedem a apresentação de vídeos contemporâneos de diversos diretores locais.
A partir do dia 10 de julho o projeto entra em sua segunda fase, a "Sessão Revivendo João Carriço". Até o dia 30 de julho, serão exibidos cinejornais da Carriço Film em dois cinemas da cidade, o Duocine Santa Cruz e o Espaço Alameda. Os vídeos serão apresentados antes da dos filmes comerciais. "A parceria com os cinemas é um ato de coragem. A exibição dos cinejornais antes dos filmes não vai agradar a 100% das pessoas, mas é importante para manter a memória do cineasta", explicou o superintendente da Funalfa, Toninho Dutra (vídeo).
O concurso literário e de artes plásticas "Assim era Carriço" e o concurso de vídeo "Revivendo Carriço" garantem o tom competitivo de resgate, proposto pelo projeto. No primeiro, alunos das redes municipal, estadual e particular de Juiz de Fora poderão concorrer com uma redação ou artes plásticas que lembrem as obras de Carriço. Para garantir o embasamento dos estudantes, cada escola receberá filmes, cinejornais e livros com a história do cineasta.
No concurso de vídeos, a proposta é que as filmagens registrem o cotidiano da cidade, mantendo a estética utilizada por João Carriço em seus cinejornais. Os três primeiros colocados nesta competição serão premiados com R$ 1.500, R$ 1.000 e R$ 800, respectivamente.
O resgate da memória do cineasta juizforano contará ainda com uma exposição fotográfica retrospectiva com fotos do acervo da Carriço Film, além de banner sobre a vida e trajetória de Carriço e exibição de cinejornais. As fotografias ficam em exposição entre os dias 3 e 24 de agosto, no Espaço Arlindo Daibert do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM).
Quem foi João Carriço?
João Gonçalves Carriço (27/07/1886 – 20/06/1959) foi um dos pioneiros do cinema em Minas Gerais e no Brasil. Produziu cinejornais e documentários durante as décadas de 1930 a 1950, de significativo valor histórico local e nacional e que foram distribuídos em todo o país. As reportagens cobriam a vida social e política de Juiz de Fora. Acontecimentos importantes no Rio de Janeiro, em Petrópolis, Belo Horizonte e outras cidades, até no Mato Grosso, também foram registrados por Carriço. De Vargas a Juscelino, ambos temas de cinejornais, o acervo da Carriço Film tem valor histórico por preservar a memória juizforana e nacional.
As filmagens não se restringiam a comícios e acontecimentos políticos. Carriço registrava todas as manifestações populares: festas do Dia do Trabalho, carnaval, procissões, partidas de futebol, corridas de automóvel, obras públicas, a assinatura da primeira lei de proteção ao cinema brasileiro, inauguração de cinemas, atividades do Aeroclube de Juiz de Fora, congressos proletários, a experiência pioneira de televisão em Juiz de Fora, em 1948, e até a Marinha do Brasil em tempo de guerra.
Os textos são revisados por Madalena Fernandes