Restos mortais de trás inconfidentes ganham lugar no Panteão da Inconfidência em Ouro Preto

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Sexta-feira, 15 de abril de 2011, atualizada às 15h07

Restos mortais de três inconfidentes ganham lugar no Panteão da Inconfidência em Ouro Preto

Da Redação

O Panteão do Museu da Inconfidência, localizado na cidade de Ouro Preto, receberá os restos mortais de três inconfidentes, 200 anos após suas mortes no degredo, na África. As ossadas de José de Resende Costa (crânio ao lado), Domingos Vidal Barbosa e João Dias da Mota serão reunidas aos restos mortais de outros 13 inconfidentes já sepultados no monumento, na próxima quinta-feira, 21 de abril, quando ocorrerá uma cerimônia no museu, celebrando o Dia de Tiradentes.

A chegada dos restos mortais enriquece o acervo do museu, que agora conta com 16 inconfidentes sepultados no panteão. Historicamente, há 26 nomes associados à Inconfidência Mineira, sendo que os despojos de dez deles têm o paradeiro desconhecido, incluindo os restos mortais do mártir do movimento, Tiradentes.

Os ossos só foram identificados 80 anos depois de repatriados da África para o Brasil nos anos 1930. O motivo da demora é que foi necessária uma pesquisa histórica e científica que comprovasse a legitimidade das ossadas. Desde 1980, especialistas em odontologia legal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisadores do Museu da Inconfidência estudaram os restos mortais. As informações históricas e a análise técnica indicam certeza de 98% a 100% de que as ossadas são dos inconfidentes.

Os inconfidentes

José de Resende Costa nasceu em 1728 e faleceu em 1798. Era capitão do Regimento de Cavalaria Auxiliar da Vila de São João e fazendeiro em Arraial da Laje, hoje a cidade de Resende Costa (MG). Foi preso em 1789, junto com seu filho de mesmo nome, e condenado à morte com outros inconfidentes. No degredo, foi contador e distribuidor forense até 1798, quando morreu. Seu filho voltou ao Brasil em 1803.

João Dias da Mota (1744 –1793) nasceu em Vila Rica. Foi capitão do Regimento da Cavalaria Auxiliar da Vila de São João e fazendeiro. Era amigo de Tiradentes. Morreu em setembro de 1793, nove meses após chegar a Cacheu, de uma epidemia que assolou a região.

Domingos Vidal de Barbosa (1761-1793) nasceu em Capenduva, de família abastada. Estudou medicina em Bordeaux, na França. Participou de forma discreta na conspiração. Encontrou-se com Thomas Jefferson (então embaixador na França e depois presidente americano) na Europa, quando teria obtido apoio à causa dos inconfidentes.

Os 13 inconfidentes já sepultados no panteão
  • Inácio José de Alvarenga Peixoto
  • Tomaz Antônio Gonzaga
  • João da Costa Rodrigues
  • Francisco Antônio de Oliveira Lopes
  • Salvador Carvalho do Amaral Gurgel
  • Vitoriano Gonçalves Veloso
  • Vicente Vieira da Mota
  • Antônio Oliveira Lopes
  • José Aires Gomes
  • Luiz Vaz de Toledo Pisa
  • Domingos de Abreu Vieira
  • Francisco de Paula Freire de Andrada
  • José Álvares Maciel

Os textos são revisados por Thaísa Hosken