Mostra conta história da rodovia União e Indústria
Mostra conta história da rodovia União e Indústria
Serão 22 imagens, além de outros itens, muitos deles inéditos. Gratuita, a exposição ficará em cartaz até o dia 18 de maio
Repórter
4/4/2013
Uma das mais importantes e tradicionais estradas do Brasil, a União e Indústria será tema de uma exposição de fotografias, documentos da época e objetos no Espaço Cultural Correios, localizado na rua Marechal Deodoro, 470. Pertencentes ao acervo do Museu Mariano Procópio, muitos dos 35 itens da coleção são inéditos. A mostra União & Indústria: uma Estrada para o Futuro fica em cartaz até 18 de maio, com visitação gratuita de segunda a sexta-feira, entre 10h e 18h, e aos sábados, de 10h às 14h.
A exposição resgata a história da estrada construída pelo engenheiro Mariano Procópio Ferreira Lage e inaugurada pelo imperador Dom Pedro II, em 1861, ligando as cidades de Juiz de Fora e Petrópolis.
Além da importância no desenvolvimento econômico da região, a União e Indústria foi também um marco histórico da engenharia do século XIX, sendo a primeira rodovia macadamizada (forma como é feita a pavimentação) da América Latina. O processo, desenvolvido pelo engenheiro escocês John Loudon McAdam, requeria intensa mão-de-obra para calcar sucessivas camadas de pedras gradualmente menores, resultando em um pavimento forte e enxuto.
A mostra, além de outras preciosidades, reúne 22 fotografias de Revert Henry Klumbs, fotógrafo de origem alemã, pioneiro em fotografias estereoscópicas no Brasil, e que foi professor de fotografia da Princesa Isabel. A curadoria da exposição é de responsabilidade de Pedro Vasquez, pesquisador e estudioso dos registros fotográficos realizados durante o período imperial. O projeto museográfico foi realizado por Luís Carlos Antonelli Lacerda.
A estrada e o visionário Mariano Procópio
Construída entre 1856 e 1861, a estrada foi empreendida pelo comendador Mariano Procópio Ferreira Lage, por meio da Companhia União e Indústria, após um decreto imperial que concedia a ela a melhora e conservação das estradas entre as províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Com 144 quilômetros de extensão, a estrada influiu no desenvolvimento de cidades ao longo de seu trajeto e impactou, decisivamente, a economia do Império Brasileiro, ligando a sede litorânea do Corte ao interior. Em 1973, parte da estrada foi absorvida pela BR-040.
Diretor-superintendente do Museu Mariano Procópio, Douglas Fasolato destaca a importância do comendador. "Se suas ideias e obra impactaram fortemente a economia do Império Brasileiro, em Juiz de Fora provocou uma verdadeira revolução e pavimentou os caminhos rumo ao desenvolvimento. Deve-se destacar que Mariano Procópio enfrentou desafios para concretizar suas realizações, mas não esmoreceu; transformou uma obra de engenharia em arte e as adversidades em resultados para o seu país. Esta estrada é um exemplo para o futuro", afirma.
Além do valor histórico, fotografias primam pelo caráter artístico
As fotografias de Revert Henry Klumbs não têm somente valor pelo registro histórico. Segundo Fasolato, quem contempla as fotos, hoje, custa a acreditar que foram realizadas há um século e meio. "Algumas dessas vistas são magníficas e não romperam apenas a barreira do tempo, para nos encantar em pleno século XXI, ultrapassaram também os limites do registro documental para antecipar o uso artístico da fotografia. A disponibilização das fotografias pertencentes ao Arquivo Fotográfico do Museu Mariano Procópio Ferreira Lage se reveste de grande importância pelo fato de permitir ao grande público a descoberta da produção de um mestre de nossa fotografia", explica.