Vanderlei
Superar limites
Ant?nio Neves de Campos possui defici?ncia visual, ? apicultor e
? empregado de servi?os gerais
*Colabora??o
17/01/2008
"Nasci com o nervo ?tico atrofiado e v?rios m?dicos me disseram que eu precisava esperar ele desenvolver, at? que um dia descobri que eu nunca ia enxergar mais do que consigo. N?o sou triste por isso, desenvolvi em mim a caracter?stica de desafio e corro atr?s sempre de tudo o que quero"
, comenta o Ant?nio Neves de Campos.
O problema de vis?o ? gen?tico, mas nem por isso, Ant?nio culpa seus familiares por isso. "? preciso ser sensato, eles n?o t?m culpa de nada, muito pelo contr?rio, sempre recebi apoio deles, por isso consegui terminar o segundo grau e fazer meu curso t?cnico em Agroind?stria na ?rea de latic?nio, carne e prote?na"
, afirma.
Com o sonho de trabalhar com alimentos sem o uso de qu?mica, Ant?nio investiu em apicultura h? dois anos. Ele trabalha no esquema de parceria, onde oferece para os fazendeiros, de Torre?es, 10% de sua produ??o.
Hoje, ? membro da Associa??o dos Apicultores de Juiz de Fora e regi?o (Apijur), mas espera montar um cooperativa para aumentar a produ??o. "Eu desejo que o Brasil seja auto-sustent?vel em rela??o ao mel, mas tamb?m quero fazer exporta??o desse produto que ? t?o bom para a nossa vida e sa?de"
, comenta.
A defici?ncia
Ant?nio n?o ? completamente cego, ele possui um baixo grau de vis?o. "Uso os ?culos e com eles consigo ver as coisas e ler os materiais que estejam at? cinco cent?metros de dist?ncia da minha vis?o. Para ler coisas que estejam mais distantes, uso uma lupa, com ela enxergo apenas o que est? h? dois metros de dist?ncia"
, afirma.
Ant?nio comenta, ainda, que quando era crian?a precisava sentar na primeira carteira na sala de aula e, muitas vezes, tinha que se levantar para ler o que estava escrito no quadro negro. "Quando fui fazer a 8? s?rie, a professora n?o queria me deixar levantar, ent?o pegava o caderno emprestado com os colegas e minha m?e me ajudava com os exerc?cios"
, lembra.
Nascido em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, Ant?nio acredita que Juiz de Fora ? uma cidade boa para se viver. "A qualidade de vida aqui ? muito boa e, ainda por cima, temos a Associa??o de Cegos, mas acho que ? preciso fortalecer a entidade, ? preciso oferecer mais empregos para os deficientes visuais, por exemplo"
, acredita.
Al?m disso, explica que uma das coisas que sente dificuldade ? na hora de pegar o ?nibus e de atravessar as ruas. "N?o enxergo com a lupa se n?o for na dist?ncia de dois metros, ent?o poderia ter uma sinaliza??o sonora"
, comenta.
Os trabalhos
Nos finais de semana, ele se entrega ?s abelhas! Amante da natureza, Ant?nio ? apicultor nos finais de semana e conta que os planos para 2008 s?o muitos. "Quero trabalhar por conta pr?pria, por isso desejo abrir uma cooperativa para aumentar a produ??o do mel. Al?m disso, vou fazer um bem para a natureza, trabalhando com produtos naturais e vou ajudar as pessoas que desejam trabalhar, pois, se Deus quiser, a cooperativa vai gerar empregos"
, afirma.
Dono de um api?rio com 34 caixas, Ant?nio acredita que a Apijur pode ser uma ponte entre o sonho e a concretiza??o. "A Apijur tem o r?tulo e tem a autoriza??o do Minist?rio da Agricultura para processar o mel"
, explica.
Expectativas
"Quero trabalhar com o mel, porque ele ? excelente em tudo, ? um alimento natural que faz bem para resfriados, regular a tens?o arterial, atrav?s da gel?ia real, e fortalecer o sistema imunol?gico do corpo humano, atrav?s do pr?polis"
, comenta Ant?nio.
E, com o cora??o cheio de carinho ao pr?ximo, Ant?nio afirma que quer oferecer a oportunidade aos seus colegas, tamb?m com defici?ncias visuais. "Muitas vezes, n?s somos muito respons?veis e nem sempre temos oportunidade. O importante ? que todos consigam o p?o de cada dia, a? sim, vou ficar muito feliz"
, acredita.
A expectativa do apicultor ? fazer com que o Brasil seja auto-sustent?vel em rela??o ao mel, mas ele deseja, tamb?m exportar o produto para fora do pa?s. "J? mandei um pouco dos meus produtos para o Jap?o, eles fizeram a an?lise e foi aprovado, mas a cooperativa vai ajudar muita na exporta??o"
, afirma.
*Renata Solano ? estudante de Comunica??o Social da UFJF
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