Projeto Incluir visa o respeito ?s diferenças
Projeto Incluir visa o respeito ?s diferen?as
Projeto n?o pretende a igualdade entre as pessoas com defici?ncia,
mas
fazer com que as diferen?as sejam respeitadas
*Colabora??o
12/05/2008
O projeto Incluir faz parte do programa de mesmo nome do Minist?rio da Educa??o (MEC) e visa a inclus?o da pessoa com defici?ncia no ensino superior. Segundo o coordenador do projeto, Marcos de Paiva Nunes (foto abaixo), esta ? a segunda vez que a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) participa do programa.
Em 2005, a verba liberada pelo MEC foi utilizada em a?es arquitet?nicas que facilitassem a vida da pessoa com defici?ncia. "Constru?mos rampas, banheiros adaptados, criamos vagas especiais nos estacionamentos, adquirimos computadores e gravadores digitais, tudo com o objetivo de promover a inclus?o dessas pessoas na universidade"
, contabiliza.
A proposta aprovada em 2007 pretende trabalhar as quest?es atitudinais que s?o a principal barreira ? inclus?o dessas pessoas na comunidade acad?mica e na sociedade como um todo. Nunes explica que a acessibilidade tem que romper com tr?s barreiras espec?ficas para ser realmente inclusiva.
"Se n?o se rompem essas barreiras juntas, n?o se
pode dizer que temos acessibilidade. N?o adianta ter vaga no estacionamento, se as pessoas n?o respeitam isso"
, justifica.
As quest?es arquitet?nicas s?o as adapta?es que facilitam o acesso aos locais como
rampas e corrim?es; as de comunica??o s?o os equipamentos espec?ficos que permitem que
pessoas com defici?ncias visuais e auditivas tenham acesso a informa??o e as atitudinais s?o
relativas ao fim do preconceito. "As pessoas ainda t?m muito preconceito em rela??o ?s pessoas com defici?ncia e n?s queremos informar, conscientizar e esclarecer
sobre essas quest?es"
, diz.
Atitude
As a?es do projeto Incluir come?aram em mar?o de 2008 e v?o continuar at? junho. Trata-se de uma campanha de conscientiza??o na qual se discute os direitos das pessoas com defici?ncia, acessibilidade e inclus?o social. A equipe faz visitas ?s faculdades e institui?es da UFJF realizando palestras com temas e palestrantes variados. Al?m disso, h? a distribui??o de panfletos explicativos, adesivos e camisas do projeto.
"Percebemos que mesmo com os acessos arquitet?nicos, n?o conseguimos romper essa barreira. As pessoas aqui n?o respeitam as pessoas com defici?ncia, os banheiros ficam trancados, as vagas para pessoas com defici?ncia n?o s?o respeitadas, isso n?o ? ter acessibilidade. Temos que mudar a mentalidade das pessoas.
As adapta?es feitas s?o preferenciais para pessoas com defici?ncia, mas n?o s?o
exclusivas deles. Os banheiros adaptados, por exemplo, favorecem obesos e gestantes,
portanto, devem estar sempre abertos"
, analisa.
O coordenador sabe que esse ? um trabalho a longo prazo, mas se orgulha do sucesso
das palestras. "O p?blico das palestras ainda ? pouco representativo, mas as pessoas que v?o, participam bastante, interagem, se interessam pelos temas trabalhados
e isso ? muito importante para n?s"
. Nunes acredita que o baixo p?blico ? um
reflexo da sociedade, visto que inclus?o social de pessoas com defici?ncia ? um tema de pouco interesse na arena social. Ele garante que isso n?o prejudica o projeto
porque ? um p?blico mais qualitativo do que quantitativo.
"Sabemos que isso n?o resolver? o problema da UFJF, a institui??o n?o se tornar?
acess?vel de uma hora para outra, mas o projeto tem import?ncia significativa: distribui??o de informa??o gerando expectativa para que essa tem?tica possa ser
evidenciada em outros momentos, sensibilizando as pessoas para que, de fato, se
efetive uma UFJF mais inclusiva no futuro"
.
"Somos todos diferentes!"
"N?s somos todos diferentes, temos caracter?sticas diferentes e isso tem que ficar bem claro. N?o quero que todos sejamos iguais, quero que as diferen?as sejam respeitadas. S? isso!"
.
O coordenador ressalta a import?ncia da m?dia nesse processo de respeito ?s diferen?as. "O projeto acontece na UFJF, mas ? aberto ao p?blico e se preocupa
com a sociedade como um todo, ent?o, ? importante que a imprensa nos ajude
a divulgar essas quest?es e romper com preconceitos"
, enfatiza.
"A pr?pria maneira como as pessoas se referem ?queles com defici?ncia ? preconceituosa.
O termo 'portadores de defici?ncia', por exemplo, est? equivocado porque a pessoa n?o porta a defici?ncia, ela a tem. O verbo 'portar' pressup?e que, em algum momento,
a pessoa vai deixar de portar e isso n?o ? verdade. Dizer que ela tem 'necessidades
especiais ou que ? uma pessoa especial' ? outro engano freq?ente, porque somos todos
especiais e possu?mos necessidades especiais. N?s temos que entender que as diferen?as
existem s? precisam ser respeitadas"
.
*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social na UFJF