Semana Municipal de Pessoa com deficiência tem como tema central a acessibilidade em Juiz de Fora

Semana Municipal de Pessoa com Deficiência tem como tema central a acessibilidade em Juiz de Fora

A Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, que ocorre entre os dias 20 e 25 de setembro em Juiz de Fora, trata de um tema de extrema importância para portadores de deficiência: a acessibilidade. Para a presidente do Conselho Municipal das Pessoas Portadoras de Deficiência, Valéria Andrade, garantir a acessibilidade é obrigação do governo municipal. "A situação pode e deve ser melhorada. Nós merecemos e temos o direito", afirma.

A programação do evento será permeada de discussões, com temas como educação, mercado de trabalho e esporte. Para Valéria, o objetivo central é conscientizar a comunidade da importância da inclusão. "Além de celebrarmos o dia de luta da pessoa com deficiência, comemorado no dia 21 de setembro, queremos difundir os desafios que são impostos ao deficiente. Além disso, precisamos sentir os avanços e entraves que ainda existem", comenta a presidente, que também é cadeirante. Palestras, exposições, filmes e poesias fazem parte da semana comemorativa.

Segundo a presidente do Conselho Municipal das Pessoas Portadoras de Deficiência, o estado das calçadas, das ruas, a falta de acessibilidade em prédios públicos, shoppings e supermercados são apenas alguns dos problemas na cidade. Valéria ainda ressalta a importância de políticas públicas voltadas aos portadores de deficiência. "Cerca de 10% da população de Juiz de Fora possui algum tipo de deficiência", salienta.

Outro problema é a falta de políticas intersetoriais que atendam aos deficientes. Conforme Valéria, problemas com transporte e saúde são frequentes, diminuindo a independência e qualidade de vida dos portadores de deficiência. A falta de fiscalização dos órgãos públicos é um dos principais motivos que justificam a inexistência de acessibilidade em Juiz de Fora.

Trabalho, esporte e lazer

Um dos temas abordados nas palestras do evento é o mercado de trabalho. Para Valéria, a realidade de Juiz de Fora ainda é de exclusão quando se trata de campo de atuação para deficientes. É garantido por lei que empresas com mais de cem funcionários tenham cotas para pessoas com deficiência. Há um histórico, porém, de exclusão que não dá condições aos portadores de se manterem em seus postos ou mesmo de ascenderem de cargo dentro da empresa. "Temos no Brasil um panorama de exclusão escolar e profissional que impossibilita os deficientes de manterem os empregos", afirma Valéria. Durante o evento serão reunidos empresários e representantes do poder público para discutirem sobre melhorias nas vagas oferecidas, para que o funcionário tenha mais qualidade no trabalho.

Outro ponto interessante é a questão do esporte. Para Valéria, é muito mais que uma questão de inclusão. "O esporte representa qualidade de vida e uma possibilidade de ascensão social", comenta. A cadeirante ainda ressalta a posição de destaque do Brasil com relação aos atletas paraolímpicos. Já no lazer, Valéria menciona a ausência de locais adaptados. "A cidade não possui uma cultura voltada para o lazer e os poucos espaços que existem na cidade não são adaptados."

*Isabela Lobo é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken