'Se algum homem atrapalhar, denuncie', diz presidente da Caixa
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques defendeu a importância de figuras femininas em cargos de liderança no mercado, e de canais de denúncia contra qualquer tipo de assédio.
"Ter uma representação feminina é importante para as meninas que estão começando se inspirarem e saberem que podem chegar", afirmou a presidente do banco público nesta quinta-feira (18), durante evento do BTG Pactual. "Se algum homem atrapalhar, denuncie, porque os canais estão abertos", acrescentou.
Daniela assumiu o cargo no início de julho após seu antecessor, Pedro Guimarães, ter pedido demissão na esteira de uma série de denúncias de abuso sexual por funcionárias do banco.
A presidente da Caixa disse que assumiu o banco "em meio a uma crise reputacional muito extrapolada pela proximidade da eleição, que dispensa comentários sobre o quanto está polarizada, e o quanto tem de narrativa e de desinformação".
Ela afirmou que, como parte do trabalho de aprimoramento de governança do banco público, criou uma vice-presidência de sustentabilidade para dar mais atenção às práticas adotadas internamente e ao atendimento aos clientes. O foco da área se volta especialmente à violência contra a mulher e ao abuso infantil, o empreendedorismo feminino e a uma oferta de produtos financeiros voltada para as clientes do banco, disse.
A Caixa "deveria ser referência em sustentabilidade, sendo um dos maiores bancos sociais do mundo", disse Daniella.
Ela acrescentou que vocação e talento são aspectos que não guardam qualquer relação com gênero ou preferência sexual, mas reconheceu que há barreiras para que as mulheres assumam cargos de liderança na sociedade brasileira.
Presidente do BNDES anuncia nova rodada de programa emergencial de acesso ao crédito O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Gustavo Montezano, afirmou no evento que o banco prepara, para as próximas semanas, uma nova rodada do Peac (Programa Emergencial de Acesso a Crédito).
O programa foi lançado em meados de 2020, com o repasse de linhas de crédito disponibilizadas por instituições financeiras para apoiar pequenas e médias empresas diante do fechamento do comércio provocado pela pandemia.
Segundo Montezano, o programa teve um custo total estimado em cerca de R$ 10 bilhões, e resultou na liberação de créditos da ordem de R$ 90 bilhões em cinco meses.
"Em vez de dar R$ 10 bilhões para empresas grandes, dar R$ 1 bilhão para empresas pequenas é mais desenvolvimento social, mais desenvolvimento econômico, e mais voto no final do dia", afirmou Montezano.
Ele disse que tem o desejo de estruturar um programa que utillize parte do valor obtido pelo BNDES com a venda de ações de grandes empresas como Petrobras, Vale e JBS na capitalização de pequenos negócios.
A estrutura, afirmou, se daria por meio de parcerias do banco de fomento com fundos de investimento, como do tipo venture capital, especializados em identificar empreendedores com alto potencial, mas ainda em um estágio inicial no desenvolvimento de suas operações.