Preço da gasolina acumula queda de 30% desde cortes de impostos

Por NICOLA PAMPLONA

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O preço da gasolina caiu mais 1,5% nos postos brasileiros nesta semana, segundo a pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Foi a décima semana consecutiva de queda, motivada por cortes de impostos e por reduções nas refinarias da Petrobras.

De acordo com a ANP, o preço médio do combustível ficou em R$ 5,17 por litro, R$ 0,08 a menos do que o verificado na semana anterior. É o menor patamar desde novembro de 2020, em valores corrigidos pela inflação.

Desde o pico de R$ 7,39 atingido na penúltima semana de junho, a queda acumulada é de 30%, ou R$ 2,22 por litro. A expectativa é de novo recuo na próxima semana, já que a Petrobras reduziu novamente, nesta sexta-feira (2), o preço de venda em suas refinarias.

A forte queda nos preços foi iniciado no fim de junho, quando o Congresso aprovou isenção de impostos federais e um teto para a alíquota do ICMS sobre o combustível. Se intensificou com cortes promovidos pela Petrobras no preço de venda de suas refinarias, acompanhando a queda das cotações do petróleo.

Entre julho e agosto, o preço da gasolina foi reduzido quatro vezes nas refinarias da Petrobras, com uma queda acumulada de 19,2%.

Esta semana, a gasolina mais barata do país foi encontrada pela ANP em Passo Fundo (RS), a R$ 4,33 por litro. A mais cara foi encontrada em Tefé (AM), a R$ 6,76 por litro. O combustível já pode ser encontrado a menos de R$ 5 por litro em 20 estados e no Distrito Federal.

De acordo com a pesquisa da ANP, o preço do diesel caiu 0,4% nesta semana, para R$ 6,90 por litro. Menos impactado pelos cortes de impostos, o produto acumula queda de 8,8%, ou R$ 0,67 por litro, desde o pico de R$ 7,57 observado no fim de junho.

O preço do etanol hidratado caiu 3,4% na semana, para R$ 3,71 por litro, informou a ANP. O combustível foi encontrado a menos de R$ 3 por litro em dois estados: Mato Grosso e São Paulo.

O governo conta com a queda dos preços dos combustíveis para reverter danos à imagem provocados pela escalada inflacionária do início do ano. A Petrobras chegou a rever sua política de divulgação, emitindo comunicados sobre cortes nos preços de produtos que não eram divulgados antes.

Nomeado para comandar a Petrobras com a missão de segurar os preços, Caio Paes de Andrade tem tido seu trabalho facilitado pela queda das cotações internacionais, em resposta a temores de recessão global e a novos lockdowns na China.

Mesmo com o corte de 7% anunciado nesta quinta (1º) pela Petrobras, o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras abriu o pregão desta sexta R$ 0,21 por litro acima da paridade de importação, conceito utilizado pela estatal em sua política de preços dos combustíveis.

Já o diesel estava R$ 0,20 por litro mais caro, de acordo com estimativa da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).