Alckmin nega comandar Economia em eventual governo Lula

Por LEONARDO AUGUSTO

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pelo Planalto, descartou nesta terça (13) assumir o Ministério da Economia em caso de vitória nas eleições em outubro.

Ao ser questionado em Belo Horizonte (MG) sobre comandar a pasta, ele respondeu que não, afirmando que sua tarefa é ser copiloto.

"Já fui vice do governador Mário Covas, em São Paulo, e vice é copiloto. A tarefa é ajudar, colaborar no conjunto do governo", declarou durante conversa com repórteres.

Nos últimos dias, integrantes do entorno da campanha de Lula cogitaram a possibilidade de Alckmin assumir o Ministério da Economia.

Segundo a agência Reuters, a escolha do ministro será feita por Lula apenas após as eleições --em caso de vitória da dupla, que lidera as pesquisas de opinião--, buscando refletir as alianças costuradas para a candidatura.

Peça-chave na campanha como um fiador da moderação política e fiscal que o ex-presidente petista quer sinalizar, Alckmin tem sido interlocutor de representantes de vários setores econômicos. Ex-opositor histórico de Lula --concorreu contra o petista pelo Planalto em 2006--, o ex-tucano é bem-visto por empresários e pelo mercado financeiro por ser identificado como uma voz mais ao centro do espectro político.

Pesa contra uma possível indicação a estatura política e o acúmulo de cargos do ex-governador. Se Alckmin for de fato alçado ao comando da Fazenda em caso de vitória nas urnas, o arranjo pode ser politicamente mais complicado de ser desfeito. Em caso de insatisfação, retirá-lo abriria crise numa pasta crucial e envolvendo um já poderoso vice, também lido como lastro da responsabilidade fiscal.

Não seria a primeira vez, contudo, que Lula teria um vice-presidente ocupando um posto na Esplanada dos Ministérios --ainda que numa pasta bem menos sensível que a Fazenda. O líder empresarial José Alencar, vice do petista em seus dois mandatos na Presidência entre 2003 e 2010, foi seu ministro da Defesa por pouco mais de um ano no primeiro mandato, tendo deixado o cargo para se candidatar nas eleições seguintes.

Antes de chegar a Belo Horizonte, Alckmin cumpriu agenda no interior do estado. Pela manhã, se encontrou com empresários do setor de turismo em Poços de Caldas, no sul de Minas.

À tarde, teve nova reunião com empresários, dessa vez setor de agropecuária, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Os dois encontros no interior, assim como ocorreu em Belo Horizonte, tiveram a participação do candidato do PSD ao governo do estado, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.

Na capital, os candidatos visitaram a Santa Casa de Misericórdia. Está prevista ainda reunião com representantes de movimentos sociais.