Lula critica abatimento dos mais ricos em Imposto de Renda e promete mudanças
SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - O candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a prometer isenção no Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5.000, disse que irá fazer uma reforma tributária progressiva e criticou o abatimento de tributos concedido a pessoas ricas.
O petista afirmou que "não é normal" que uma pessoa que ganha seis salários mínimos seja considerada rica e esteja entre os 10% mais ricos do país. E destacou que 68% da arrecadação do Imposto de Renda vem de pessoas que ganham pouco.
"Agora, quem tem lucro, quem tem dividendo, não paga. Quem é rico ainda desconta o plano de saúde que paga e quem termina pagando são os pobres que não têm plano de saúde. Então, nós vamos mudar essa história", disse.
As declarações foram dadas nesta quarta-feira (12) em Salvador, onde Lula participou de um ato eleitoral.
Em pronunciamento à imprensa, o ex-presidente prometeu fazer uma reforma tributária que beneficie os mais pobres.
"Tem muita gente ganhando pouco, e muitos poucos ganhando muito. Tem que ter uma inversão. Nós vamos ter que fazer uma política tributária correta. Não é possível que um trabalhador que vai comprar um quilo de feijão pague o mesmo imposto que paga o presidente do Santander", disse.
Mais tarde, em discurso em cima de um trio elétrico no Farol da Barra, o ex-presidente também falou sobre a fome, especialmente das crianças.
"Quantas crianças vão dormir sem poder tomar um copo de leite? Isso não é normal. Isso não é falta de dinheiro, é falta de vergonha na cara da elite brasileira", afirmou.
Afirmou ainda que, a despeito do cenário de retomada econômica mostrado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua campanha no rádio e televisão, milhões de crianças devem passar o Dias das Crianças "sem uma única lembrança porque o pai e mãe não podem dar".
"Eu sempre digo que as pessoas não querem muito. As pessoas querem o suficiente para viver com decência", disse.
Em clima de Carnaval, Lula percorreu um trecho de cerca de 2,5 quilômetros entre o Morro do Gato e o Farol da Barra em cima de uma camionete. Os organizadores estimam que ao menos 100 mil pessoas participaram do ato.