Bolsonaro compara Guedes a Pelé e diz que não sabe se, 'pela idade', ele quer continuar no cargo

Por THIAGO BETHÔNICO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que pretende manter Paulo Guedes no Ministério da Economia em um eventual segundo mandato, mas que não sabe se o ministro de 73 anos gostaria de permanecer no cargo em função da idade.

Em entrevista na noite desta quarta-feira (12) à TV Alterosa, afiliada do SBT no estado de Minas Gerais, o presidente exaltou o desempenho de Guedes na função, acrescentando que, até o momento, nenhum ministro anunciou a intenção de deixar o governo caso ele seja reeleito.

"O Paulo Guedes é uma pessoa que é o nosso Pelé, vamos assim dizer, na Economia. Então, por mim ele continua. Eu não sei pela idade se ele quer continuar", disse.

No último domingo (9), Bolsonaro havia sido questionado sobre a manutenção do atual titular da pasta. Em entrevista ao podcast Pilhado, respondeu que, se depender dele, todos ficam. Antes que pudesse aprofundar a resposta, foi interrompido, e o assunto, deixado de lado.

Embora já tenha declarado em outras oportunidade que pretende seguir com Guedes no cargo em eventual novo governo, o candidato à reeleição deixou margem para dúvidas ao evitar responder uma pergunta direta sobre o assunto.

Na entrevista desta quarta, feita ao lado do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, Bolsonaro foi mais assertivo. "Paulo Guedes fica. Paulo Guedes foi um dos melhores ministros da Economia do mundo, levando-se em conta inclusive a questão da pandemia. [Assim] Como o Roberto Campos pelo terceiro ano seguido é o melhor ministro [sic] em alguns muitos critérios do Banco Central".

Em agosto, Guedes havia declarado sua intenção de permanecer. "Eu tenho que dizer sempre que sim. O que vou dizer? Vou jogar a vitória para o outro lado, dizer que vou sair, sou liberal e estou decepcionado? Não existe isso", disse.

De lá para cá, o ministro passou a atuar com mais protagonismo pela reeleição de Bolsonaro, elevando o tom de campanha em eventos e encontros com empresários.

Nas últimas semanas, Guedes usou a estrutura estatal mais de uma vez para exaltar a economia durante sua gestão. Além disso, associou ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao "capeta", prometeu rever o corte de verbas no Farmácia Popular, zerar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e manter o Auxilio Brasil em R$ 600.