Bolsa ensaia recuperação após tombos antes do 2º turno das eleições

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de três quedas consecutivas que levaram a Bolsa de Valores brasileira a um tombo de 6% nesta semana, o mercado de ações doméstico ensaiava uma recuperação parcial na tarde desta quinta-feira (27). No câmbio, o dólar perdia força contra o real, apesar da alta da moeda americana no exterior.

O penúltimo dia de negociações antes do segundo turno da eleição presidencial, no domingo (30), ocorre em meio à escalada dos ataques da campanha de Jair Bolsonaro (PL) contra o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), provocando dúvidas se o presidente aceitará o resultado das urnas em caso de derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Uma bateria de dados relevantes para o mercado financeiro tirava, porém, um pouco de foco da polarizada disputa eleitoral. Entre os quais estão as divulgações sobre o emprego no Brasil, a elevação dos juros na Europa e o crescimento da economia nos Estados Unidos.

Por volta das 12h45, o índice Ibovespa avançava 0,79%, aos 113.663 pontos. O dólar comercial à vista caía 1,63%, cotado a R$ 5,2940. No exterior, porém, o índice que mede o desempenho da moeda americana contra outras divisas fortes cedia 0,5%.

Apesar da alta do Ibovespa, havia baixas nas ações do setor de matérias-primas metálicas, um dos mais importantes para a Bolsa do Brasil. A Vale despencava mais de 5%. A companhia reportará na tarde desta quinta os seus resultados do terceiro trimestre.

Ainda sobre o segmento das commodities ferrosas, os preços de referência do minério de ferro negociado em Singapura caíram cerca de meio ponto percentual nesta sessão.

Entre os dados positivos para a economia doméstica, a taxa de desemprego voltou a recuar e atingiu 8,7% no terceiro trimestre deste ano. É o menor patamar desde o segundo trimestre de 2015 (8,4%).

Na véspera, o Banco Central confirmou a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75%. Embora a medida mantenha a ampla vantagem para os investimentos de renda fixa, a decisão já era esperada pelo mercado e não acrescentou turbulências à negociação de ações.

Na Bolsa de Nova York nesta quinta, o indicador parâmetro S&P 500 subia 0,08%, perto da estabilidade. Do lado positivo do mercado americano estavam as grandes companhias que compõem o índice Dow Jones, que subia 0,97%. A pressão negativa vinha da queda de 1,02% da Nasdaq, que concentra companhias de tecnologia e com maior potencial de crescimento.

O mercado americano trabalha atento à repercussão entre investidores sobre os dados de terceiro trimestre do PIB dos Estados Unidos. A economia do país cresceu a uma taxa anual de 2,6%, mas mostrou sinais de desaceleração quanto aos gastos de consumidores e empresas.

Se por um lado isso mostra que a política de elevação de juros do banco central americano está conseguindo desacelerar a economia para estabilizar a inflação, por outro, amplia os temores de recessão na maior economia do planeta.

Também tentando lidar com a escalada da inflação, o Banco Central Europeu aumentou em 0,75 ponto percentual a sua taxa de juros, além de mudar regras de empréstimos para bancos comerciais.

Dezenove países que compartilham o euro são afetadas pela taxa de juros do BC, agora em 1,5% ao ano, a mais alta desde 2009, reportou a agência Reuters.