Lula tem espaço para criar 'geringonça' brasileira, diz Elena Landau

Por ALEXA SALOMÃO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A economista Elena Landau, que coordenou o plano de governo econômico da senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada no pleito deste ano, comemorou o resultado das urnas. Ao anunciar que apoiaria Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, Landau deixou claro que votaria para evitar um segundo mandando do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"O primeiro passo foi dado: impedir a reeleição de Bolsonaro", afirmou.

Agora, diz a economista, Lula precisa dar o passo seguinte. "Reconhecer a importância da frente ampla que se formou no segundo turno, com destaque para a atuação de Simone Tebet, e montar de fato um governo de coalizão, buscando a harmonia nas relações com o Congresso, e implementar um programa econômico onde a responsabilidade fiscal seja a base para a responsabilidade socioambiental."

Landau toma como exemplo a coalizão de esquerda que sustentou o primeiro-ministro António Costa no governo de Portugal na eleição de 2015.

Foi pejorativamente batizada pela direita portuguesa de "geringonça" por causa de sua diversidade e por se opor ao receituário de austeridades impostas na época por organismos como o FMI (Fundo Monetário Internacional). No entanto, a grande aliança nacional revigorou a economia nos anos seguintes.

"Essa 'geringonça' permitiu fazer reformas, inclusive reformas liberais modernas, e isso é um exemplo a ser seguido", disse Landau.