Dólar abre esta sexta (4) em queda e expectativa do mercado fica entre China e Estados Unidos

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar caía acentuadamente frente ao real nesta sexta-feira (4), em meio à manutenção da expectativa de ingressos de recursos estrangeiros no Brasil após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto investidores aguardavam dados de emprego norte-americanos e repercutiam expectativas de que a China relaxe medidas de combate à Covid.

Às 9h14 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,55%, a R$ 5,0937 na venda.

Na B3, às 9h14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,46%, a R$ 5,1205.

Nesta quinta-feira (3), o dólar comercial à vista fechou com ligeira alta de 0,23%, cotado a R$ 5,1240, apesar da forte valorização da moeda americana no mundo após novo aumento da taxa de juros americana nesta quarta (2), quando foi feriado no Brasil.

O Ibovespa, índice parâmetro da Bolsa de Valores brasileira, sofreu uma pequena queda de 0,03%, recuando aos 116.896 pontos.

Investidores negociaram atentos à situação das rodovias brasileiras depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu na véspera que os protestos golpistas de seus apoiadores não bloqueiem a circulação nas estradas.

Além disso, o mercado acompanhou os primeiros passos da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que acertou nesta quinta a apresentação de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para autorizar despesas acima do teto de gastos, incluindo a continuidade do benefício mínimo de R$ 600 do Auxílio Brasil.

No mercado americano de ações, os principais indicadores aprofundaram as quedas da véspera. O S&P 500, parâmetro da Bolsa de Nova York, fechou em baixa de 1,06%.

Na quarta-feira (2), o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) elevou a sua taxa de juros pela sexta vez em 2022, sendo que este é o quarto aumento seguido de 0,75 ponto percentual. Agora, a taxa de juros dos Estados Unidos avança para um patamar entre 3,75% e 4% ao ano.

O ritmo de aceleração dos juros é o mais rápido no país em mais de quatro décadas e, além disso, antes de junho deste ano, a última vez que a taxa tinha subido em 0,75 ponto foi em 1994.

Essa sequência de aumentos, considerada muito agressiva para o padrão americano, acontece devido à necessidade de frear a maior inflação no país em mais de 40 anos.

O índice de preços ao consumidor americano acumula alta de 8,2% em 12 meses até setembro, depois de ter subido 8,3% em agosto e ter atingido um pico de 9,1% em junho, que foi o maior avanço do custo de vida desde novembro de 1981. São patamares muito superiores à meta de 2% para a inflação anual do país para 2022.