Impasse na compra da Eldorado tem novo revés para os Batista
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A arbitragem envolvendo a compra do controle da Eldorado Celulose, do grupo J&F, pela Paper Excellence, terminou com a vitória do grupo indonésio, mas o negócio não se concretizou porque os irmãos Batista pediram a anulação na Justiça.
A disputa ocorrida entre 2019 e 2021 foi conduzida pela Câmara de Comércio Internacional (ICC) que, por unanimidade, reconheceu o direito da Paper assumir o controle da Eldorado ?um negócio de R$ 15 bilhões.
A J&F não aceitou o resultado e decidiu pedir à Justiça a anulação da arbitragem cuja sentença saiu em fevereiro de 2021. Dentre os diversos motivos, a empresa alega prejuízos no processo por falhas na condução do processo.
A J&F, que controla as empresas dos irmãos Batista, afirma ter sido alvo de um ataque de hacker supostamente promovido pelos rivais na arbitragem ? o que teria causado danos irreparáveis à negociação.
Neste domingo (6), a Justiça de São Paulo mandou arquivar um inquérito que apurou se executivos da Paper foram responsáveis por ataques de espionagem em e-mails da diretoria da J&F.
O caso já tinha sido objeto de outro inquérito similar ?também arquivado. Nele, o então diretor da Paper Guilherme Cunha Costa foi um dos principais alvos.
Costa era o porta-voz e representante institucional do grupo indonésio no país e foi alvo da investigação por, supostamente, chefiar o esquema de ataques.
No início deste ano, ele foi contratado pela J&F para atuar como representante institucional da J&F. O grupo brasileiro, no entanto, já possuía um executivo para atuar na mesma área.
Procurada, a Paper não quis comentar. A J&F não respondeu até a publicação desta reportagem.