Comércio em São Paulo tem mais vendedores que clientes na manhã da Black Friday

Por DANIELA ARCANJO E DANILO VERPA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As cenas de lojas invadidas por uma multidão de pessoas não foram comuns na Black Friday de São Paulo deste ano. No começo da manhã, o Magazine Luiza da marginal Tietê e as Casas Bahia da praça Ramos tinham mais funcionários do que clientes, assim como lojas da rua da Direita, no centro da capital paulista, visitadas pela reportagem.

Parte dos consumidores passou a comprar online nos últimos anos. Neste ano, 11% pretendiam comprar na loja física, segundo levantamento do Reclame Aqui feito entre 11 e 13 de novembro, com 13,7 mil usuários. O número é dois pontos percentuais maior do que no ano passado.

Entre os que preferem ir na loja física está o manobrista José Ribeiro Santos, 31. Ele saiu de sua casa em Pari, zona leste de São Paulo, às 7h desta sexta-feira (25), para ir ao Magazine Luiza e ser um dos primeiros a entrar.

"Desde o começo do ano, a gente se programou para comprar na Black Friday. Estamos em reforma em casa", afirmou.

José foi um dos primeiros da fila e comprou uma cama queen, um armário e uma máquina de lavar roupas. Ao todo, gastou cerca de R$ 3.800, e acredita ter economizado R$ 1.600, de acordo com suas pesquisas.

Embora seja assíduo na Black Friday todos os anos, este foi o ano em que mais gastou na data. "Nas outras edições, compramos jogo de panela, jogo de jantar. Foi a vez em que eu mais gastei, porque a gente se programou melhor", afirma.

O manobrista disse estar satisfeito com as compras, as promoções e especialmente com a forma de pagamento --motivação de sua ida à loja física. Segundo ele, no estabelecimento foi possível negociar o início do pagamento apenas para fevereiro de 2023.

Já a dona de casa Ana Paula Damaceno, 32, não saiu tão satisfeita de suas compras, nas Casas Bahia. "As coisas não estão tão baratas, mas dá para levar", afirmou. Ela comprou um jogo de panelas por cerca de R$ 500, e ainda vai tentar aproveitar promoções nos próximos dias.

Ana Paula costuma fazer compras online, mas prefere ir à loja física em alguns casos.

"Online pode vir com defeito. Fica essa dúvida, se vai vir igual ou não", afirma. "Tem coisas que eu compro e não vem do jeito que eu quero."

Produtos como relógios, joias, livros e ebooks são os que tiveram mais descontos nas horas que antecederam o início oficial Black Friday, entre as 16h desta quinta até 0h desta sexta.

Segundo a Promobit, os consumidores podem encontrar descontos de até 48% ao comprar esses itens. Moda e calçados masculinos (desconto de 46%), esporte e lazer (45%), câmeras, filmadoras e drones (44%), moda e calçados femininos (44%) e mochilas e malas (44%) também estão no topo da lista das promoções.

A plataforma especializada em descontos aponta que, na média dos três últimos anos, o número de ofertas começou a crescer a partir das 16h da véspera nas principais varejistas do país.