Dólar engata nova queda e caminha para forte baixa semanal
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar caía frente ao real nesta sexta-feira (2), ficando a caminho de forte baixa semanal depois que esperanças de redução da PEC da Transição e sinais de moderação do ritmo de aperto monetário do banco central dos Estados Unidos sustentaram o apetite de investidores por risco nos últimos dias.
Por volta de 9h09 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,67%, a R$ 5,1660 na venda, bem abaixo do patamar de encerramento da semana passada, de R$ 5,4079. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,31%, a R$ 5,1985.
Na véspera, o mercado de câmbio, o dólar comercial à vista ficou perto da estabilidade, recuando apenas 0,05%, a R$ 5,1970, na venda.
A Bolsa de Valores brasileira fechou em baixa nesta quinta-feira (1º) com investidores considerando que há perda de fôlego da atividade econômica do país após o governo ter divulgado um crescimento de 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, ligeiramente abaixo do 0,6% projetado pelo mercado.
O índice Ibovespa, referência para as ações negociadas na Bolsa, caiu 1,39%, aos 110.925 pontos.
O PIB abaixo das expectativas deu ao mercado sinais de que a economia está em desaceleração e esse cenário contribuiu para uma performance negativa da Bolsa, principalmente em um momento em que investidores avaliam o desenrolar da PEC de Transição e o aumento nos gastos públicos que a medida irá proporcionar.
Também pesou negativamente sobre o Ibovespa a queda de 4,01% das ações mais negociadas da Petrobras, um dia após a companhia ter apresentado o seu último plano estratégico sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A queda estatal está ligada ao medo dos investidores de mudanças no plano de investimentos da companhia no próximo governo.
Notícias sobre a redução das restrições contra a Covid na China seguiram animando o mercado de matérias-primas.
A Vale, que tem no mercado chinês o principal destino para suas exportações de minério de ferro, registrou alta de 0,55% nas suas ações ordinária, papeis com maior volume de negociação na Bolsa nesta quinta.
A China sinalizou mudanças no enfrentamento à crise sanitária após a maior onda de manifestações da história recente do país.
No mercado de ações dos Estados Unidos, o indicador de referência S&P 500 caiu 0,09%, após ter saltado 3,09% na véspera com a euforia provocada por declarações do presidente do Fed (Federal Reserve)
Jerome Powell sinalizou na quarta-feira (30) que a autoridade monetária do país poderá aumentar a sua taxa de juros de referência em 0,50 ponto percentual em sua próxima reunião. Se confirmada, essa elevação de meio ponto da taxa de juros colocará fim a uma série sem precedentes de quatro aumentos de 0,75 ponto.
A chance de diminuição no ritmo do aperto monetário alivia temores de que a escassez de crédito provocará uma recessão mundial em 2023.