Galípolo aceita convite de Haddad para secretaria-executiva da Fazenda

Por CATIA SEABRA E ALEXA SALOMÃO

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, convidou o ex-banqueiro Gabriel Galípolo, 40, para a secretaria-executiva da pasta. Segundo pessoas próximas do ex-prefeito, Galípolo aceitou.

Nesta terça-feira (13), ele participou, ao lado de Haddad, de parte da reunião com a equipe do atual ministro da Economia, Paulo Guedes.

Um dos conselheiros do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre mercado financeiro, Galípolo ganhou a confiança de Haddad ao participar da coordenação do plano de governo do ex-prefeito na disputa pelo estado de São Paulo, da qual ele saiu derrotado.

Galípolo chegou a organizar encontros entre Haddad e indecisos do mercado financeiro, além de ter participado de jantares com a presença de Lula.

Atualmente, ele participa do grupo de trabalho dedicado à elaboração dos planos do futuro presidente petista para a economia. O ex-banqueiro chegou a ser cotado para o comando do BNDES, mas as apostas agora estão no nome de Aloizio Mercadante.

Presidente do Banco Fator de 2017 a 2021, Galípolo já esteve em campo oposto ao PT. Seja na presidência ou na diretoria de novos negócios do banco, cadeira que ocupou de 2016 a 2017, o economista atuou na modelagem das privatizações das privatizações da Cesp (Companhia Energética do Estado de São Paulo) e da Cedae (Companhia de Águas e Esgotos do Rio), ocorridas sob protesto de petistas.

Haddad deve anunciar alguns nomes da sua equipe no fim da tarde desta terça. A divulgação é acompanhada de perto pelo mercado, que teme pessoas mais alinhadas a uma política econômica intervencionista.

Nesta segunda, a possibilidade de o PT alterar a Lei das Estatais, permitindo que Mercadante possa ser indicado para comandar o BNDES, assim como outras nomeações políticas, derrubou a Bolsa e provocou a alta do dólar.

Investidores preocupam-se com a sustentabilidade fiscal diante de uma equipe mais favorável a aumento de gastos públicos, em um cenário em que o governo eleito já busca elevar despesas em ao menos R$ 168 bilhões via PEC (proposta de emenda à Constituição) da Gastança, em tramitação no Congresso.

Nesta terça, ata divulgada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) mostrou que o Banco Central está preocupado com o impacto de "estímulos fiscais significativos" tende a ser maior sobre a inflação do que sobre a atividade econômica em um ambiente de baixa ociosidade.