Entenda como o IPCA-15, índice de inflação, é calculado
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o indicador oficial de inflação do Brasil, mas não é o único a medir a variação dos preços para os consumidores.
O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) também faz parte dessa lista. Os dois indicadores são divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entenda a seguir as semelhanças e as diferenças do IPCA-15 em relação ao IPCA.
**PERÍODO DE COLETA**
Assim como ocorre com o IPCA, o IPCA-15 é divulgado todo mês pelo IBGE. Os índices, contudo, têm diferenças no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica das informações.
O IPCA-15 é divulgado em torno de duas semanas antes. Por isso, sinaliza uma tendência para o indicador oficial de inflação.
No caso do IPCA-15, a coleta dos preços costuma ser feita entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação.
Por exemplo: o IPCA-15 de fevereiro de 2023 contemplou os dados apurados pelo IBGE de 13 de janeiro a 10 de fevereiro de 2023.
Já o IPCA é calculado ao longo do mês de referência da divulgação. Em outras palavras, a coleta abrange o "mês cheio".
O IPCA-15 costuma ser chamado de prévia da inflação oficial, mas, a exemplo do IPCA, ele também reflete a variação dos preços ao longo de um mês. Não se trata de um indicador produzido em um intervalo menor de tempo. O que muda é o período analisado.
**ABRANGÊNCIA GEOGRÁFICA**
O IPCA-15 reflete as informações de nove regiões metropolitanas (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba), além de Brasília e do município de Goiânia.
O IPCA é mais amplo. Abrange dez regiões metropolitanas do país (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Vitória), além de Brasília e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
**COMPOSIÇÃO DOS ÍNDICES**
Os cálculos do IPCA-15 e do IPCA buscam captar a inflação sentida por famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, obtidos por meio de diferentes fontes.
O IPCA-15 é composto por 367 subitens (bens e serviços), enquanto o IPCA envolve 377. Nos dois casos, os subitens são divididos em nove grupos.
Os grupos são: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transporteis, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. Os pesos de cada segmento são atualizados mês a mês.
Para elaborar os índices gerais de inflação, o IBGE utiliza uma média ponderada dos preços, levando em consideração as variações mensais.
Assim, famílias com características diferentes tendem a sentir o avanço dos bens e serviços de maneiras distintas.
Por exemplo: uma família com carro percebe diretamente um aumento do preço da gasolina nas bombas dos postos de combustíveis.
Enquanto isso, uma família sem automóvel pode sentir reflexos indiretos, como nas tarifas dos aplicativos de transporte de passageiros.