Novo Bolsa Família começa ser pago no dia 20

Por CRISTIANE GERCINA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O novo Bolsa Família, relançado pelo governo federal em substituição ao Auxílio Brasil, começa a ser pago no dia 20 de março. Marca das gestões do PT, o programa será retomado com pagamento médio de R$ 715 por família, segundo técnicos do governo, destinado a 20,8 milhões de beneficiários. Atualmente, o valor médio é de pouco mais de R$ 600.

O programa foi relançado em cerimônia no Palácio do Planalto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na manhã desta quinta-feira (2). O mínimo liberado segue em R$ 600, mas haverá adicionais. Está previsto adicional de R$ 150 por criança até seis anos que estiver na escola, que começa ser pago em março, além de R$ 50 para filhos entre 7 e 18 anos, a partir de junho.

Os pagamentos de março começam no dia 20 e vão até o dia 31. A liberação dos valores é feita conforme o número final do NIS (Número de Identificação Social). O calendário de 2023 divulgado em dezembro pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à fome não vai mudar.

Todos os meses, os valores são disponibilizados para saque ou crédito em conta bancária na sequência de 1 a zero, nos últimos dez dias úteis de cada mês. A exceção é dezembro, os pagamentos ocorrem até o dia 22.

VALOR DO NOVO BOLSA FAMÍLIA

Pelas regras, o novo Bolsa Família não poderá ser de menos de R$ 600 por família, incluindo as que têm apenas um único membro, chamadas de famílias unipessoais. Esses cadastros estão na mira do governo.

Quem tem filho de até seis anos frequentando a escola receberá R$ 150 por cada filho. Com isso, o benefício vai subindo. Não foi informado se haverá limite. Uma família com um filho nesta idade receberá R$ 750 e, com dois filhos nesta faixa etária terá R$ 900 por mês, por exemplo. Serão pagos:

R$ 600 por família

R$ 150 por criança até seis anos

R$ 50 por criança e adolescente de 7 a 18 anos

R$ 50 para gestante

VEJA EXEMPLOS DE QUANTO É POSSÍVEL GANHAR NO NOVO BOLSA FAMÍLIA

1 - FAMÍLIA COM 5 MEMBROS

Um homem, uma mulher grávida, um filho de oito anos, um filho de cinco anos e um filho de dois anos. Serão pagos:

Valor por família: R$ 600

Mãe grávida: R$ 50

Filho de oito anos: R$ 50

Filho de cinco anos: R$ 150

Filho de dois anos: R$ 150

Total: R$ 1.000

2 - FAMÍLIA COM QUATRO MEMBROS

Uma mãe chefe de família com três filhos de 11, quatro e três anos. Serão pagos:

Valor por família: R$ 600

Filho de 11 anos: 50

Filho de quatro anos: R$ 150

Filho de três anos: R$ 150

Total: R$ 950

3 - FAMÍLIA COM DOIS MEMBROS

Uma mãe chefe de família, que está grávida, mais um filho de dois anos. Serão pagos:

Valor por família: R$ 600

Mãe grávida: R$ 50

Filho de dois anos: R$ 150

Total: R$ 800

Segundo o governo federal, o benefício da primeira infância será pago a partir deste mês de março. Os demais adicionais deverão ser liberados a partir de junho. No entanto, até lá, as famílias seguirão recebendo os valores incluídos na cesta do antigo Auxílio Brasil.

REGRAS PARA RECEBER O NOVO BOLSA FAMÍLIA

Segundo o ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, será pago um valor maior de benefício porque o governo leva em consideração a quantidade de membros da família. No entanto, famílias de uma única pessoa devem seguir com os R$ 600, já que, segundo ele, não haverá redução no valor mínimo.

"Bolsa Família não é só transferência de renda, o Bolsa Família é uma política de vida, de uma vida melhor", disse Dias em seu discurso.

QUEM PODERÁ RECEBER:

Para ter o Bolsa Família, é preciso estar cadastro no CadÚnico (Cadastro Único)

Entram no CadÚnico todas as famílias com renda de até meio salário mínimo (R$ 651 hoje, mas deve subir para R$ 660 com o reajuste do salário mínimo prometido para maio)

Famílias com renda per capita (por pessoa) de R$ 218 têm direito ao Bolsa Família

Em seu discurso, o presidente Lula pediu que haja fiscalização de toda a sociedade para que sejam retirados do programa os cidadãos que não atendem às regras e não têm direito ao benefício. "Porque se tiver alguém que não mereça, esse alguém não vai receber", disse.

REGRAS PARA NÃO PERDER O BENEFÍCIO:

Matrícula das crianças deve estar ativa na escola

Carteira de vacinação deve estar atualizada

Pré-natal das grávidas precisa estar completo

Crianças até sete anos devem passar pelo acompanhamento nutricional do programa

CAIXA VAI DISTRIBUIR CARTÃO DE DÉBITO NO BOLSA FAMÍLIA

Segundo a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, o programa distribuirá cartão de débito a todos os usuários, que poderão utilizá-los em compras e demais pagamentos.

Ainda não foi divulgado como será feita essa substituição, mas a presidente da Caixa informou que o banco se prepara para, a partir do dia 20, fornecer atendimento para o público em todas as agências e correspondentes bancários da Caixa.

Hoje, os beneficiários recebem por meio do cartão do programa, que serve apenas para saque dos valores na Caixa, lotéricas ou correspondentes bancários, ou por débito na poupança social digital movimentada pelo Caixa Tem.

Segundo Rita, em 2003, quando o programa começou, atendia a 3 milhões de brasileiros. Hoje, chega a quase 21 milhões. No entanto, no último mês, o Bolsa Família, ainda com nome de Auxílio Brasil, pagou benefícios a cerca de 21,9 milhões de brasileiros.

A diminuição no total de beneficiários se dá por causa de cortes após investigação de irregularidades no cadastro.

REAJUSTE NO VALOR POR PESSOA DA FAMÍLIA

O governo anunciou que o novo programa vai incluir famílias com renda de até R$ 218 por pessoa ?uma ampliação em relação à faixa de pobreza, que era de até R$ 210 por pessoa da família.

O reajuste de 3,81% fica abaixo da inflação de 7,12% acumulada desde dezembro de 2021, quando foi sancionada a lei que criou o Auxílio Brasil e instituiu os R$ 210 por pessoa.

A medida vai permitir que mais famílias sejam elegíveis para receber o benefício. Há, no entanto, expectativa de manter a fila zerada até o fim do ano.

Para este ano, o governo federal terá um teto de R$ 175 bilhões para destinar ao novo Bolsa Família. O valor é superior ao orçamento aprovado no ano passado, mas tornou-se possível após a aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) articulada pela equipe de Lula, ainda no período de transição.

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