Desemprego fica em 8,4% e atinge 9 milhões em janeiro

Por LEONARDO VIECELI

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A taxa de desemprego ficou em 8,4% no trimestre encerrado em janeiro, o primeiro mês do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O resultado é o menor para esse período desde 2015, informou nesta sexta-feira (17) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Mesmo assim, o indicador reforça os sinais de perda de tração do mercado de trabalho. Segundo o IBGE, a taxa de 8,4% representa uma estabilidade na comparação com o trimestre até outubro de 2022, período anterior da série histórica comparável da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). À época, a desocupação marcava 8,3%.

O resultado até janeiro veio ligeiramente acima das projeções do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de desocupação de 8,2%. No trimestre até dezembro, que integra outra série da Pnad, a taxa já estava em 7,9%.

"Essa estabilidade ainda seria uma repercussão da redução da procura por trabalho nos meses de novembro e dezembro de 2022 sobre o início de 2023", disse Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad Contínua.

O número de desempregados, por sua vez, foi estimado em 9 milhões nos três meses encerrados em janeiro. O contingente também somava 9 milhões até outubro.

A população desempregada, conforme as estatísticas oficiais, é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e que seguem à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse número.

A Pnad retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, abrange desde os empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

Após os estragos causados pelo início da pandemia, em 2020, a geração de vagas foi beneficiada pela vacinação contra a Covid-19 a partir de 2021. A imunização permitiu a circulação de pessoas e a reabertura dos negócios, intensificada em 2022.

A recuperação do mercado de trabalho, contudo, tende a perder velocidade em 2023, segundo economistas. Esse contexto está associado à previsão de desaceleração da atividade econômica com os juros elevados.