Diesel cai R$ 0,03 nos postos e presidente da Petrobras cobra agilidade no repasse de corte

Por NICOLA PAMPLONA

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O corte do preço do diesel nas refinarias da Petrobras ainda não chegou integralmente aos postos brasileiros, segundo a pesquisa semanal de preços dos combustíveis da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

Nesta semana, o diesel S-10 foi vendido nas bombas, em média, a R$ 5,94, apenas 0,5%, ou R$ 0,03 por litro, abaixo do verificado na semana anterior.

Na quarta-feira (22), a Petrobras reduziu em 4,5%, ou R$ 0,18 por litro, o preço do produto em suas refinarias, com o valor médio de venda passando a R$ 3,84. O pequeno repasse, porém, pode refletir o cronograma de captação dos dados pela ANP, que se concentra no início da semana.

No fim da noite de quinta, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, cobrou os repasses em redes sociais. "E aí, distribuidoras e postos? Bora reduzir os preços na bomba para o cidadão/cidadã e para o frete nacional?", questionou.

"Senão não adianta de nada o nosso trabalho! Pra subir, sobe até 'no cheiro' de boatos; mas pra descer, demooora... tá errado, não? Bora acompanhar!"

Foi o segundo corte no preço de refinaria do diesel em sua gestão. Nas bombas, o produto acumula sete semanas consecutivas de queda, atingindo o menor valor desde agosto de 2021, em números corrigidos pelo IPCA.

Segundo a ANP, o preço médio da gasolina no país ficou em R$ 5,51 por litro, queda de 0,5% em relação à semana anterior. É a segunda semana que queda após a alta provocada por repasses da retomada da cobrança de impostos federais, a partir do primeiro dia de março.

Desde a semana anterior à reoneração tributária, porém, o preço do combustível acumula alta de R$ 0,43 por litro, bem superior aos R$ 0,26 estimados pelo mercado --considerando que a nova alíquota é de R$ 0,47 por litro e a Petrobras cortou seus preços de venda em R$ 0,13 por litro para minimizar o aumento.

A alta já vem impactando a inflação: nesta sexta, o IBGE mostrou que o preço da gasolina compensou negativamente a queda do preço dos alimentos no cálculo do IPCA-15, a prévia da inflação oficial, que fechou o mês em 0,69%.

O preço do etanol também caiu 0,5%, para R$ 3,92 por litro, de acordo com a pesquisa feita pela agência. Também é a segunda semana consecutiva de baixa, após alta com a retomada dos impostos federais. Na primeira semana de reoneração, o produto subiu nas bombas muito mais do que o previsto.

A alta foi de R$ 0,09, quase cinco vezes o valor dos impostos. Para o setor, usineiros se aproveitaram da alta da gasolina para recompor margens perdidas durante o período de preços mais baixos do concorrente.