Tok&Stok deposita aluguel e evita despejo de galpão logístico em MG

Por LUCAS BOMBANA

Tok&Stok deposita aluguel e evita despejo de galpão logístico em MG

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após sofrer uma ação de despejo do fundo imobiliário Vinci Logística pela falta de pagamento do aluguel de janeiro do imóvel Extrema Business Park I, localizado no município mineiro de Extrema, a Tok&Stok fez no dia 24 de março um depósito em juízo no valor de R$ 2,092 milhões para quitar o débito em aberto, segundo fato relevante divulgado nesta terça-feira (28) pela gestora do fundo.

O fundo imobiliário responsável pelo galpão também informou no comunicado que, após ter acesso aos recursos, solicitará o encerramento da ação de despejo.

"Vale ressaltar que a Tok&Stok pagou o aluguel de fevereiro, que tinha vencimento no dia 6 de março de 2023 e que, com o pagamento do valor referente ao aluguel de janeiro, encontra-se adimplente no contrato de locação", informou a Vinci Real Estate Gestora de Recursos.

O aluguel à Tok&Stok representa cerca de 14% da receita do fundo como um todo, e a falta de pagamento causou um impacto relevante na distribuição de dividendos, um dos principais chamarizes da categoria. Após ter pago um dividendo de R$ 0,67 por cota em janeiro, a remuneração caiu para R$ 0,53 em fevereiro, uma queda de quase 21%.

A crise financeira atravessada pelas empresas do setor de varejo como Americanas, Marisa e Tok&Stok, em meio a um cenário de juros altos e baixo crescimento econômico, tem se refletido também no mercado de fundos imobiliários.

Com dificuldades para cumprir com todas as suas obrigações frente ao acúmulo de dívidas, as empresas de varejo deixaram de quitar parcelas dos aluguéis de galpões e lojas e que compõem a carteira de alguns dos principais fundos imobiliários do mercado.

Analista de fundos imobiliários do Itaú BBA, Marcelo Potenza disse recentemente que, apesar do quadro de inadimplência entre algumas inquilinas, ainda apoia o investimento em galpões logísticos, frente ao crescimento do comércio eletrônico na esteira da pandemia, mas reconhece também que não é possível descartar novos impactos negativos para os fundos imobiliários ante a situação de dificuldade financeira atravessada pelas varejistas.