Twitter x Substack, startup para autônomos nasce com investimento de R$ 27,5 mi e o que importa no mercado

Por ARTUR BÚRIGO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Twitter x Substack, startup para autônomos nasce com investimento de R$ 27,5 mi e outros destaques do mercado nesta segunda-feira (10).

**TWITTER X SUBSTACK**

O Twitter passou a restringir na última sexta (9) que as newsletters da plataforma Substack fossem compartilhadas na rede social. Neste domingo, o Substack disse que "a supressão das publicações do Substack no Twitter parece ter acabado".

A medida da plataforma de Elon Musk veio dois dias depois de o serviço de newsletters ter anunciado que estava desenvolvendo a Substack Notes, que seria um concorrente do Twitter.

Ele permite que os usuários publiquem breves atualizações e que outras pessoas aprovem, repostem ou respondam a elas.

A decisão do Twitter gerou forte reação, inclusive de apoiadores de Elon Musk. Escritores que usam o Twitter e o Substack para distribuir seu trabalho disseram que a ação contradiz suas declarações sobre permitir a liberdade de expressão no Twitter.

Não é a primeira vez que Musk bloqueia o compartilhamento de serviços concorrentes da rede que comprou.

Em dezembro, ele suspendeu usuários da rede, incluindo vários jornalistas, por se conectarem ao Mastodon depois que um usuário compartilhou informações públicas sobre a localização do jato particular de Musk.

A rede ainda se envolveu em outras polêmicas nos últimos dias.

Na quarta (5), adicionou um rótulo de "mídia patrocinada pelo estado" para as contas da britânica BBC (British Broadcasting Corporatio) e as americanas VOA (Voice of America) e NPR (National Public Radio).

- Na segunda (3), mudou o logo da rede pela imagem de um cachorro Shiba Inu, associado à criptomoeda Dogecoin. A criptomoeda disparou e depois despencou quando a plataforma voltou com a imagem do passarinho azul.

**STARTUP DA SEMANA: ASSIS**

A STARTUP

Fundada por Raphael Machioni, co-fundador e ex-CEO da Vee Benefícios ?empresa que foi vendida para a francesa Swile em 2020?, João Bergamo, ex-CFO da Vee e Vagner Dutra, ex-PicPay, a Assis é uma assistente virtual para trabalhadores autônomos .

EM NÚMEROS

A startup anunciou ter captado R$ 27,5 milhões em sua primeira rodada de investimentos.

QUEM INVESTIU

O aporte foi pelos fundos Costanoa, MAYA, Canaan, Norte Ventures, Latitud, FJ Labs, K50, 1616, BFF e investidores anjos.

QUE PROBLEMA RESOLVE

A Assis promete facilitar o dia a dia dos empreendedores autônomos, com um software que auxilia no processo de vendas, incluindo o primeiro contato com o cliente até o dinheiro cair na conta.

Uma versão premium do produto inclui a integração do app da Assis ao ChatGPT, que automatiza o primeiro atendimento, ajuda a lembrar o empreendedor das tarefas, a enviar um orçamento e realizar as cobranças.

Ela conta com duas formas de monetização: uma através de cobranças pela captura dos pagamentos e outra na forma de assinatura do software.

POR QUE É DESTAQUE

Chama atenção o aporte recebido pela startup antes mesmo de disponibilizar seu produto ao mercado.

-A empresa começou com alguns empreendedores que geraram quase R$1 milhão em cobranças e agora lançou lista de espera para os clientes.

**AS LEIS PARA BIG TECHS REMUNERAREM MÍDIA**

Leis prevendo a remuneração de conteúdo jornalístico pelo Google e pela Meta se espalham pelo mundo e assustam as plataformas de internet.

O QUE EXPLICA

As medidas são uma reação das empresas de mídia, que afirmam que as plataformas de internet ganham relevância e lucram ao exibir conteúdo jornalístico sem pagar nada por ele e deveriam dividir o resultado com as empresas de mídia.

O modelo também é uma tentativa de solucionar a crise de modelo de negócios da imprensa profissional, causada principalmente pela hegemonia das big techs no mercado publicitário.

EM NÚMEROS

Na Austrália, país que foi pioneiro no assunto com a lei aprovada em 2021, as empresas jornalísticas faturaram US$ 200 milhões com o código de barganha para veículos de comunicação.

No Canadá, as companhias podem receber US$ 245 milhões por ano com a versão da lei em tramitação, segundo estimativa do parlamento do país.

E AQUI?

Entidades setoriais, como Abert, Aner e ANJ, que representam os principais veículos de mídia, como a Globo e a Folha, querem que o modelo seja incluído no PL 2630, o projeto de lei das fake news, que está em discussão no Congresso.

Entre as alternativas estudadas para o Brasil está o modelo australiano.

Ele determina que veículos negociem de forma individual ou coletiva (para aumentar o poder de barganha) com as plataformas o pagamento pelo conteúdo jornalístico.

As big techs se opõem ao código de barganha, enquanto os publishers de menor porte também criticam o modelo, dizendo que seus maiores beneficiários seriam os conglomerados de mídia.

Rod Sims, ex-presidente da Comissão de Consumo e Concorrência da Austrália e idealizador do modelo, publicou relatório mostrando que quase todos os veículos de mídia habilitados da Austrália fecharam acordos com o Facebook e o Google, inclusive os menores.

**O QUE MAIS VOCê PRECISA SABER**

GOVERNO LULA

Sem Lira e Pacheco, nós não estaríamos aqui hoje, diz Haddad. Políticos foram essenciais para garantir a transição do governo, o resultado da eleição e a viabilidade econômica do primeiro ano de Lula, afirma ministro da Fazenda.

MERCADO

Faria Lima vê ruídos e sinais positivos nos cem dias de Lula na economia. Apesar dos ruídos, apresentação do arcabouço fiscal deixou boa impressão entre os agentes financeiros.

PRIVATIZAÇÃO

Apoio à privatização dá salto e chega a 38% da população, diz Datafolha. Entre os mais jovens, 63% avaliam que produtos e serviços privados são melhores do que os estatais.

TRABALHO

Falta com atestado médico cresce em dias após jogos de futebol, diz pesquisa. Ausências por gastroenterites e gripes são mais comuns nas segundas seguintes a eventos esportivos, aponta gestora de ponto.