Lula quer reindustrializar o Brasil em parceria com capital chinês, afirma Haddad
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta (14) que o presidente Luís Inácio Lula da Silva busca parceria chinesa para reindustrilizar o Brasil. Segundo o Haddad, este foi o foco de encontros do presidente com empresários e o governo chinês na visita a Pequim.
Questionado em coletiva de imprensa se o governo está cada vez mais próximo da China e distante dos EUA, Haddad afirmou que não há nenhuma intenção de se afastar de quem quer que seja, "sobretudo de um parceiro na qualidade dos Estados Unidos".
"Estamos fazendo um esforço de aproximação, queremos investimentos dos EUA no Brasil. Na verdade, estamos vivendo quase que um momento de desinvestimento. Algumas empresas americanas no passado tomaram a decisão de deixar o Brasil, e nós queremos restabelecer as melhores relações e desejamos a parceria com essas (sic) três grandes blocos comercias, que é EUA, União Europeia e China", disse o ministro.
Segundo Haddad, o desejo do presidente Lula é que o Mercosul se fortaleça para que, em bloco, nós possamos negociar em condições melhores acordos comerciais com EUA, União Europeia e China. Ele mencionou novos estudos uma moeda única para comércio bilateral. "O país não pode estar isolado de ninguém, é grande demais para ficar escolhendo parceiro."
O ministro disse ainda que o governo irá lançar vários projetos de PPPs (parcerias público-privadas) e "convidará o mundo a participar". Em especial, para a área de saneamento. Pontuou, porém, que a União Europeia cobra resposta e medidas contra o desmatamento.
O governo brasileiro anunciou 20 acordos com a China, projetando que cerca de R$ 50 bilhões de investimento.
Entre os acordos, com pendências, há o do estabelecimento da montadora de carros elétricos BYD na Bahia, que ainda espera um acerto com a americana Ford para aquisição de sua antiga fábrica.
CÂMBIO
O ministro afirmou ainda que é natural que o dólar se estabilize num patamar mais baixo do que havia sendo medido. Para ele, se a agenda de recuperação da base fiscal proposta pelo governo Lula for bem sucedida, o real vai voltar ao patamar que seria adequado, apesar do câmbio flutuante do pais.
"A economia brasileira responde muito rapidamente a estímulos adequados", disse Haddad.