Dólar abre em queda após aprovação de texto-base do arcabouço fiscal na Câmara

Por Folhapress

Dólar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em queda nesta quarta-feira (24) após a aprovação do texto-base do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados.

O impasse sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, porém, ainda gera cautela e mantém a demanda por segurança no mundo, enquanto investidores aguardam ainda a ata do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

Às 9h28, o dólar recuava 0,57%, a R$ 4,943.

O texto-base da nova regra fiscal foi aprovado por 372 votos a 108 na Câmara, numa ampla vitória do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Investidores acompanhavam com otimismo a tramitação o projeto no Congresso desde a última semana, já que o novo arcabouço pode melhorar a percepção de risco e o ambiente de negócios do país.

Isso porque, com um plano para contenção da dívida pública, a tendência é que credores cobrem juros menores para emprestar dinheiro, impulsionando financiamentos e, consequentemente, o crescimento econômico.

Assim, a perspectiva de crescimento motiva investidores a trazer recursos para o país.

O texto continua na Câmara para a votação dos destaques, o que deve ocorrer nesta quarta. Depois, seguirá para o Senado.

Na segunda (23), o dólar fechou estável em R$ 4,971 e a Bolsa brasileira teve queda puxada por ações da Vale.

O Ibovespa caiu 0,25%, a 109.928,53 pontos, voltando a fechar abaixo do patamar dos 110 mil pontos.

Pesaram contra o Ibovespa, ainda, quedas de Marfrig e BRF, que estiveram entre os maiores tombos da sessão com a decretação do estado de emergência zoossanitária em todo o Brasil pelo Ministério da Agricultura. A medida foi tomada após a confirmação de casos de gripe aviária em aves silvestres no país.

Na outra ponta, a Petrobras fechou no positivo e atenuou a queda da Bolsa. A petroleira registrou alta de 2,25% nas ações ordinárias e de 2,57% nas preferenciais em meio a alta nos preços do petróleo no exterior.

A Bolsa brasileira também foi afetada pelas negociações sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, que se arrastam há semanas e têm gerado cautela nos mercados globais.

Representantes do presidente dos EUA, Joe Biden, e do Partido Republicano encerraram outra rodada de negociações sobre o teto da dívida nesta terça, mas não houve sinalizações quanto a um possível acordo.

O Tesouro americano diz que tem até o dia 1° de junho para garantir o pagamento das dívidas dos EUA. Se um acordo não for atingido até esse prazo, um calote histórico pode ser desencadeado, o que geraria caos aos mercados globais.

Uma análise da Casa Branca sugere que um calote de curta duração resultaria em meio milhão de empregos perdidos e uma queda de 0,6% no PIB (Produto Interno Bruto) do país. Um calote que se prolongue por mais tempo pode levar à perda de 8,3 milhões de empregos e a uma queda de 6,1% no PIB.

Apesar de ser consenso no mercado de que um acordo entre democratas e republicanos é o caminho mais provável para o impasse da dívida americana, as indefinições aumentam a cautela de investidores e causam volatilidade. Além disso, mesmo que um aumento do limite de endividamento seja alcançado, o crescimento econômico dos EUA pode ser afetado.

As incertezas sobre a dívida americana continuam nesta terça, já que ainda não há definições sobre um acordo.

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