Haddad defende harmonização entre poderes e Banco Central para PIB crescer

Por GABRIEL TAVARES

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O ministro da Economia, Fernando Haddad, defendeu nesta quinta-feira (25) que a harmonização entre os Três Poderes -bem como entre a Fazenda e o BC (Banco Central)- e a volta de investimentos em educação podem fazer com que PIB brasileiro volte a crescer acima da média mundial.

Haddad defendeu uma "arrumação da casa", conciliada com a transição ecológica do planeta, para dar mais "previsibilidade para os investidores sobre os tributos devidos", bem como para estimular a reindustrialização do país com responsabilidade "fiscal, ambiental e social".

O chefe da Fazenda afirmou que o marco fiscal aprovado ontem "garante no ano que vem a reposição de 100% verba que foi desviada da educação para outros fins". A fala do ministro, que ocorreu durante evento com empresários da indústria na Fiesp, foi aplaudida pelo público presente.

A união de educação e reindustrialização seria uma forma de alcançar o crescimento econômico superior ao de outros países na visão de Haddad, o que, segundo ele, ocorreu durante os dois primeiros mandatos do presidente Lula.

"Se nos tivermos recursos para voltar a educar nosso povo, [...] se nós dermos previsibilidade para os investidores sobre os tributos devidos, se nós fizermos essa arrumação da casa, ao [mesmo] tempo da transição ecológica -que nos estamos alinhavando no Governo Federal-, estimulando a reindustrialização a partir de uma perspectiva de futuro que olha para o fiscal, ambiental e para o social, eu tenho certeza que nós vamos verificar que o Brasil voltará a crescer acima da média mundial, como aconteceu nos oito anos da presidência do presidente lula [durante seus primeiros dois mandatos]. Durante 8 anos, nós crescemos uma média de 4,1% contra 2,5% da média mundial", afirmou o ministro.

ACENOS A TODOS

Haddad fez questão de fazer acenos a membros do legislativo e da indústria. Ao mencionar a aprovação do novo marco fiscal brasileiro, o ministro disse que ela ocorreu "sob a liderança de alguém que precisa ser citado", uma menção ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Ainda, o ministro disse ser uma "exigência do momento" que a Fazenda e o Banco Central trabalhem em harmonia, sem deixar que "disputas menores" atrapalhem a capacidade de "diálogo" e "entrega".

O mesmo argumento foi usado para defender a harmonia entre os três poderes. Durante a gestão Bolsonaro, o mercado reclamava dos ruídos -considerados desnecessários- do chefe do executivo com o judiciário, causando impactos na economia.

"Tenho absoluta convicção de que, se nós perseverarmos, e não deixarmos que as disputas menores corroam nossa capacidade de diálogo e a nossa capacidade de entrega, [com] os três poderes harmonizados -e a Fazenda harmonizada com o BC, eu não queria deixar de citar essa exigência do momento-, eu tenho certeza que nós vamos experimentar um ciclo de crescimento muito virtuoso o nosso pais, com o apoio da indústria na linha de frente desse trabalho", disse ainda Haddad.