Anvisa libera Fugini para fabricar produtos; recall de maionese é mantido

Por FERNANDO NARAZAKI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A empresa Fugini poderá voltar a fabricar todos os seus produtos na planta de Monte Alto (SP). O local chegou a ser interditado por duas semanas, entre março e abril, após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) encontrar urucum vencido na fabricação da maionese.

Na ocasião, a Fugini atribuiu o fato a um "erro operacional" e anunciou o recall dos lotes da maionese que continham o ingrediente fora do prazo de validade. O recall permanece, mas a empresa teve liberada a fabricação de todos os produtos.

Em 27 de março, a agência suspendeu as atividades da Fugini em Monte Alto e solicitou o recolhimento da maionese que continha o urucum vencido. Duas semanas depois, após vistoria, a Anvisa liberou a fabricação, distribuição e comercialização dos produtos, com exceção daqueles com substâncias que causam alergias alimentares ou seus derivados. Nesta quinta-feira (7), a agência acabou com esse último impedimento.

De acordo com a resolução da Anvisa, a empresa realizou as medidas solicitadas para o controle de qualidade dos alimentos e foi liberada depois de inspeção realizada em 19 de maio. A Fugini também poderá vender os produtos fabricados até 27 de março de 2023 que ainda estejam no prazo de validade.

Porém, foi mantido o recall dos lotes de maionese da Fugini e da marca Ramy com vencimento em janeiro, fevereiro e março de 2024 ou com validade em dezembro de 2023, cuja numeração do lote comece em 354.

A empresa tem até 29 de julho para concluir o recolhimento dos produtos. O consumidor que adquiriu os itens deve procurar o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da Fugini no telefone 0800-7024337, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, ou no email sac@fugini.com.br para realizar a troca do produto ou obter o reembolso.

Em nota, a Fugini orientou que os clientes procurem a empresa em caso de dúvidas. "A Fugini Alimentos, empresa referência no setor com 27 anos de atuação no mercado, reitera o seu compromisso com a qualidade, a segurança e as boas práticas de fabricação de seus produtos", disse.

**VEJA ABAIXO A RELAÇÃO DOS PRODUTOS COM RECALL**

Todos os lotes com validade em janeiro, fevereiro e março de 2024, e lotes iniciados pelo número 354 com validade em dezembro de 2023

Maionese sachê 7g da Fugini

Maionese tradicional sachê 200g da Fugini

Maionese tradicional sachê 500g da Fugini

Maionese tradicional sachê bico 180g da Fugini

Maionese tradicional sachê bico 300g da Fugini

Maionese tradicional sachê 1,7kg da Fugini

Maionese tradicional sachê 180g da Fugini

Maionese sachê 7g da Ramy

Maionese tradicional sachê bico 300g da Ramy

**OBJETOS ESTRANHOS EM MOLHO DE TOMATE**

Segundo a Anvisa, a inspeção em Monte Alto (SP) -que resultou na detecção da maionese com urucum vencido- foi feita após denúncias de "matérias estranhas" encontradas em molhos de tomate da Fugini em dezembro de 2022 no Rio Grande do Sul.

Depois das denúncias de quatro consumidores de cidades diferentes, os molhos prontos foram enviados para análise. De acordo com o laboratório de patologia do IPG/RS (Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul), os produtos continham fungos, esporos e fragmentos de ovos de parasitas.

Na semana passada, a delegada Jeiselaure de Souza, da 1ª Delegacia de Polícia de Viamão (RS), indiciou a Fugini, dois sócios e um funcionário responsável pelo controle técnico de qualidade dos produtos por crime contra a relação de consumo. O inquérito foi enviado à Justiça do Rio Grande do Sul, que decidirá se aceita a denúncia.

Em nota, a empresa nega contaminação nos produtos, alegando que as embalagens analisadas estavam abertas desde dezembro de 2022. "Conforme consta da embalagem, a empresa recomenda que, para manter sua qualidade, o produto deve ser mantido sob refrigeração e utilizado em até um dia, uma vez que não leva conservantes em sua receita. Além disso, uma das amostras analisadas estava até mesmo com o prazo de validade expirado."

A empresa também contestou os laudos feitos pelo IPG/RS. "Não contaram com exames microbiológicos, metodologia cientificamente adequada para se chegar a possível resultado sobre a amostra analisada", informou a Fugini, que alegou ter enviado produtos lacrados dos mesmos lotes para o Lacen-RS (Laboratório Central de Saúde Pública) e que os resultados "comprovaram a segurança" do molho de tomate.