Dólar sobe nesta sexta-feira de olho em política monetária
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em leve alta nesta quinta-feira (16) após mais um dia de perdas na véspera. A moeda americana foi impactada nesta semana pela pausa de juros nos Estados Unidos promovida pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano).
Apoiou o real ante o dólar, ainda, o aumento do otimismo sobre a economia brasileira, reforçado pela melhora da perspectiva de longo prazo do Brasil pela agência de classificação de risco S&P.
Os investidores brasileiros aguardam nesta quinta a divulgação do índice IBC-Br, que mede o desempenho da economia brasileira, pelo Banco Central. No exterior, dados de inflação na zona do euro também estão no radar do mercado.
Às 9h11 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,26%, a R$ 4,8153 na venda. Na B3, às 9h11 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento.
A Bolsa brasileira fechou em alta na quinta-feira (15) também apoiada pelas projeções otimistas sobre a economia, embora tenha perdido força com um movimento de realização de lucros e de queda nas ações da Petrobras. O índice fechou com ganhos de 0,12%, aos 119.221 pontos, no melhor patamar desde outubro de 2022.
Já o dólar aprofundou as perdas e fechou em queda de 0,22%, a R$ 4,803, pressionado pela pausa nos juros americanos e pela melhora na perspectiva de longo prazo do Brasil pela agência de classificação de risco S&P Global.
No ano, a Bolsa brasileira acumula alta de 8,6%, enquanto a moeda americana teve desvalorização de 9%.
A Braskem teve a maior alta do dia, subindo 6,35% em meio a notícias de uma possível operação de compra de controle da petroquímica. Ações da Yduqs (5,57%) e da Hapvida (3,72%) figuram na sequência entre os maiores ganhos.
Pressionaram o Ibovespa, porém, as ações da Petrobras. A petroleira até começou o dia em alta, mas seus papéis passaram a cair após o anúncio de uma nova redução nos preços da gasolina nas refinarias, o que, segundo o economista Alexsandro Nishimura, sócio da Nomos, alimentou temores de ingerência política na companhia.
Com isso, a Petrobras teve queda de 1,18% em suas ações ordinárias e 2,32% nas preferenciais, retirando parte da força do Ibovespa.
Os juros futuros de curto prazo voltaram a registrar queda nesta quinta, com os contratos com vencimento em janeiro de 2024 indo de 13,04% para 13,02%. Os para 2025, porém, subiram de 11,12% para 11,14%, mas seguem em baixo patamar.
Além da Petrobras, a B3, que caiu 3,35% e teve as maiores perdas da sessão, também pressionou o Ibovespa na sessão de hoje, ficando entre as ações mais negociadas. A empresa passa por um momento de correção após ter registrado forte alta na quarta (14).
Para Naio Ino, gestor de renda variável da Western Asset, o desempenho no pregão refletiu "um pouco de ressaca" da véspera, um dia bastante positivo para a Bolsa, com algumas ações que subiram bem forte na quarta-feira devolvendo uma parte dos ganhos.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam no positivo. O Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq tiveram alta de 1,26%, 1,22% e 1,15%, respectivamente.
Já o dólar voltou a ter performance negativa tanto no Brasil quanto no exterior. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante outras divisas fortes, caiu 0,78% nesta terça.