Nova política de preços consegue absorver volatilidade externa, diz diretor da Petrobras
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse nesta terça-feira (8) que a empresa ainda vê muita volatilidade no mercado de petróleo e que a política comercial da empresa ainda consegue absorver as defasagens nos preços dos combustíveis.
A companhia vem sendo questionada pelo mercado por praticar preços dos combustíveis bem abaixo das cotações internacionais nas últimas semanas. O tema esteve no foco de teleconferência com analistas na última sexta (4), quando a empresa detalhou o resultado do segundo trimestre de 2023.
"Hoje vivemos momento muito forte de volatilidade, mas entendemos que dentro da estratégia comercial ela é absorvida", disse o executivo, em entrevista após participar da feira Rio Pipeline, no Rio de Janeiro.
Ele repetiu o argumento de que a nova estratégia comercial da companhia não prevê o repasse imediato de oscilações no mercado externo e considera também fatores internos na definição dos preços, como o custo de combustíveis concorrentes e o valor marginal de produção.
As cotações internacionais do petróleo cederam nos últimos dias, mas permanecem em patamares bem superiores aos verificados quando a Petrobras anunciou a mudança na política de preços, reduzindo os valores cobrados por suas refinarias nas vendas de gasolina e diesel.
Na abertura do pregão desta terça, o preço do diesel nas refinarias da Petrobras estava R$ 1,03 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
É o terceiro dia de defasagem acima de R$ 1 por litro. No caso da gasolina, a diferença era de R$ 0,70 por litro, de acordo com as estimativas da Abicom.
No segundo trimestre, quando a Petrobras iniciou a nova estratégia comercial, a área de refino da estatal teve a menor margem de lucro desde o período mais crítico da pandemia. O lucro do segmento caiu 87% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Na sexta, em coletiva para detalhar o balanço do período, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates negou que a nova política tenha impactado o resultado. "Vi várias pessoas tentando atribuir esse resultado à política de preços. É absolutamente desconexa essa linha de raciocínio", afirmou.