Elon Musk diz que X, ex-Twitter, trabalha para remover opção de bloqueio
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Elon Musk disse nesta sexta-feira (18) que sua rede social, X (ex-Twitter), trabalha para deletar a ferramenta de bloqueio da plataforma. Será mantida apenas a opção de evitar receber mensagens de pessoas indesejadas, segundo o bilionário.
A mudança, no entanto, pode tirar o X das lojas de aplicativos. Play Store, do Google, e App Store, da Apple, requerem em suas normas que redes sociais tenham a opção de vetar contas. O desrespeito às regras pode ocasionar em remoção do catálogo.
A contradição foi notada por moderadores voluntários, a partir das notas da comunidade. Esse recurso permite que usuários acrescentem contexto a publicações que considerem desinformativas ou problemáticas.
O bloqueio é considerado por especialistas e empresas de mídia social como ferramenta de privacidade e segurança no ambiente digital. O recurso pode evitar casos de assédio, stalking (perseguição na internet) e doxing (vazamento de dados pessoais com fins de dano).
Elon Musk divulgou a decisão em resposta a uma publicação do clube de donos de veículos da Tesla no Vale do Silício. A página perguntava se há alguma razão para bloquear ou deixar alguém no mudo. O dono do X disse, então, que o recurso seria removido.
"Isso não faz sentido", disse Musk.
A própria página de proprietários de veículos Tesla do Vale do Silício publicou, depois, uma enquete sobre quem era favorável à mudança proposta por Musk. As opções contrárias representam mais de 80% dos votos até as 18h30 desta sexta.
Questionado pela Folha via email, o X não respondeu até a publicação desta reportagem. A rede social deixou de ter representação de imprensa no Brasil desde que foi comprada por Musk em outubro do ano passado por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 220 bilhões).
Elon Musk comprou a rede social após uma sequência de críticas a decisões de moderação, como a retirada do ex-presidente norte-americano Donald Trump da plataforma. Musk se define como um defensor radical da liberdade de expressão.
Nesta quarta (16), contudo, análise do jornal norte-americano Washington Post identificou que o X estava atrasando o acesso a links para conteúdo dos sites da Reuters e do New York Times e de rivais como Bluesky, Facebook e Instagram. Ambos os veículos de imprensa haviam sido criticados por Musk após publicarem reportagens críticas sobre o bilionário.
Clicar em um link da rede social para um dos sites afetados gerava um atraso de cerca de cinco segundos antes que a página pudesse ser carregada, segundo o jornal, que citou testes realizados na terça-feira.
No final da tarde de terça-feira (15), a X parecia ter eliminado o atraso. A rede social confirmou que o atraso foi removido, mas não entrou em detalhes.