Bolsa abre em alta de 0,77%; dólar opera perto da estabilidade
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa abriu a terça-feira (29) operando em alta de 0,77%, aos 118.021,89 pontos. O desempenho segue o desempenho de outros mercados pelo mundo, que também subiram com o índice pan-europeu e as bolsas da Chna e de Hong Kong.
O dólar abriu perto da estabilidade no Brasil. Às 9h03, a moeda subia 0,05% e estava cotada a R$ 4,8780 na venda.
A cotação reflete o comportamento da divisa no exterior, pois o mercado aguarda uma série de dados importantes dos Estados Unidos e do Brasil agendados para esta semana.
Se o dólar está em compasso de espera, as bolsas tiveram valorização nesta terça. Na Ásia, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou em alta de 1,0%, enquanto o índice de Xangai subiu 1,2%. O índice Hang Seng , de Hong Kong, avançou 1,95%.
Já na Europa, as ações europeias atingiram máximas de duas semanas nesta terça-feira, com o setor de mineração liderando os ganhos em meio à força nos preços dos metais. Às 7h57 (de Brasília), o índice pan-europeu STOXX 600 subia 0,72%, aos 458,71 pontos.
O NN Group saltava 10,4%, chegando ao topo do STOXX 600 e a um pico de quase seis meses, depois que a seguradora holandesa informou que sua posição de capital havia melhorado nos primeiros seis meses de 2023.
As mineradoras europeias subiam 1,4%, uma vez que os preços do cobre subiram devido a um dólar mais fraco. As recentes medidas de suporte da China, maior consumidor, também continuavam a estimular o sentimento.
Na segunda-feira (28), o dólar encerrou os negócios estável, a R$ 4,874 na venda. Já a Bolsa iniciou a semana em alta, impulsionada por estímulos econômicos na China que se refletiram no bom humor dos agentes financeiros em escala global.
O índice Ibovespa fechou em alta de 1,1%, aos 117.120 pontos. Animadas com as medidas do gigante asiático, as ações de mineração contribuíram para o desempenho positivo do Ibovespa, com ganhos de 1,6% da Vale, de 1,8% da Gerdau e de 0,7% da CSN.
Também entre os destaques de alta, a Natura avançou 2,1%, após anunciar que avalia uma potencial venda da rede de lojas The Body Shop.
O movimento do Ibovespa esteve alinhado ao observado nos mercados internacionais. Nos Estados Unidos, o S&P 500 avançou 0,63%, o Nasdaq teve valorização de 0,0,84% e o Dow Jones subiu 0,62%.
Na Ásia, o dia também foi marcado pelo aumento do apetite ao risco dos investidores, com alta de 1,2% do CSI 300 da China e de 1,8% do Nikkei do Japão.
Os investidores também seguiram repercutindo as declarações do presidente do Fed (Federal Reserve, BC dos EUA), Jerome Powell, na última sexta-feira no simpósio de Jacson Hole, encontro que reúne os principais banqueiros centrais do mercado.
"Powell deixou claro que o Fed considera que ainda não há condições para dar por encerrado o ciclo de alta dos juros", diz Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management.
A perspectiva de que os juros americanos sigam altos ainda por algum tempo impediu o avanço do real frente ao dólar.
No encontro no fim da semana passada nos EUA, a presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, alertou que as recentes turbulências na economia global ameaçam causar mudanças duradouras, o que manteria as pressões inflacionárias em nível alto e complicaria o papel dos formuladores de políticas monetárias.
Olivares diz que a comunidade acadêmica e os banqueiros centrais estão começando a perceber que os efeitos da pandemia, e das ações para combater seus efeitos, serão duradouros e poderão representar mudanças estruturais.
Segundo ele, ficou claro após o simpósio de Jackson Hole que as autoridades monetárias têm mais dúvidas do que certezas sobre os próximos passos. "Por isso, mais do que nunca, as decisões serão tomadas uma de cada vez, sem muito espaço para sinalização dos próximos movimentos".